Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa
É o <i>lifestyle</i>, <i>stupid</i>

«(...) Novos mistérios cosmopolitas surgem todos os dias, sempre vestidos à inglesa, como winelovers espalhados pelo lounge a discutir o último jantar vínico num espaço underground. Quase os conseguimos ouvir gabar a experiência fine dinning e o chill out do seu próprio lifestyle. Ouvimos, sim, mas não é fácil perceber. (...)»

Trabalho jornalístico publicado na revista do semanário Expresso de 22/01/2016, à volta do vocabulário que caracteriza o cosmopolitismo contemporâneo, inçado de excessos de anglicismos e não só, nos usos da língua em Portugal por estratos sociais mais contaminados por um certo «novo-riquismo lexical», como o define o linguista João Valente, ouvido neste artigo que transcrevemos na íntegra, a seguir, com a devida vénia aos autores e ao jornal português.

Talentos e talentaços

A utilização da língua portuguesa na RTP é a prova acabada do talentaço reinante nos programas da estação pública nacional. A desmedida é tal, que o idioma de Cesário Verde, para não estar sempre a citar o trinca-fortes do Camões, não chega.

Got Talent Portugal é um dos seus mais jubilosos programas, acabadinho de ser anunciado, por acaso no insuficiente idioma do meu vendedor de pêra-rocha. (...)

A(s) pronúncia(s) do português do Brasil,<br> a propósito do Acordo Ortográfico

A propósito da referência na abertura "Palavras em dúvida, o espaço lusófono e ainda o Acordo Ortográfico" ao que foi declarado pelo convidado do programa Olhos nos Olhos da TVI24, o jornalista Nuno Pacheco, sobre o Acordo Ortográfico (AO), convém fazer algumas observações a respeito de a pronúncias no Brasil. Assim...

[Na imagem, uma adaptação do conhecido mapa dialetológico do Brasil que o filólogo e linguista brasileiro Antenor Nascentes (1886-1972) apresentou em O Linguajar Carioca, na sua segunda edição, de 1953. Proposta discutível e hoje ultrapassada, o referido mapa constitui, no entanto, uma síntese que ainda não encontrou outra que a substitua e atualize de maneira mais adequada (ver Valter Pereira Romano, Em busca de Falares a partir de Áreas Lexicais no Centro-Sul do Brasil, Universidade de Londrina, 2015, pág. 108). A adaptação provém do blogue A Formação da Língua Portuguesa do Brasil.]

Furacão
Por Joel Neto

A anunciada passagem do furacão Alex pelos Açores nesta data, 15/01/2016, nesta crónica de sabor local, publicada no Diário de Notícias, que transcrevemos com a devida vénia. Por decisão pessoal, o autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

As

Crónica de Edno Pimentel sobre a forma "soas", curiosa redução de pessoas que é recorrente no discurso oral angolano (texto publicado no jornal luandense Nova Gazeta, em 14/01/2016.

<i>Imigrante</i>, não; mas, sim, <i>refugiado</i>
Difereças de estatuto e respetivas razões

A diferença entre  ser-se um simples imigrante num pais como Portugal e ter que ter o estatuto de refugiado.

Crónica do jornalista João Paulo Guerra a propósito da crise provocada pela vinda para a Europa das populações que fogem à guerra na Síria e no Iraque, emitida no programa O Fio da Meada da Antena 1, com o título original "Palavra refugiado ou imigrante?".

Uma fartança de amor(es)

Não são conhecidas, mesmo a partir da base de dados dos frequentadores dos reallity shows das televisões existentes, muitas pessoas que assumam o dever de revelarem que amam à farta, se bem que utilizando o verbo haver para dar conta dessa nova medida do amor.

«Amo-te muito» é bastante diferente de «Amote há farta» pela simples razão da quantidade de amor que somos levados a pensar que deve possuir a (o) enfartada(o). (...)

Timor e a língua portuguesa

«Vem da língua portuguesa uma parte enorme do vocabulário do tétum praça, língua franca de Timor, língua nacional e língua co-oficial. Até muitos dos palavrões que os timorenses usam quando se zangam são portugueses! Esta cultura mestiça euro-asiática moderna marca a diferença e a maneira específica de os timorenses se afirmarem no contexto regional. Está aí a raiz da nacionalidade leste-timorense», escreve o autor neste artigo ainda atual, apesar de publicado há dez anos, na edição de 23/09/2005 do jornal bilingue timorense Lia Foun, uma publicação já desaparecida (ler apontamento do blogue Mosun). T´tulo e subtítulos da responsabilidade do Ciberdúvidas.

«Não compro

Tendo por contexto a realidade social e linguística de Angola, o professor e jornalista angolano Edno Pimentel foca o oportunismo de uma impropriedade de linguagem: o chamar convite ao que é, na verdade, um bilhete ou um ingresso, que são sempre pagos. Crónica publicada no jornal luandense Nova Gazeta em 24/12/2015.

Acordo Ortográfico em pleno no Brasil<br> desde 1 de janeiro de 2016

Peça emitida pela TV Globo – que se pode ver aqui –, sobre a entrada em vigor, em pleno, do Acordo Ortográfico, no Brasil, a partir do primeiro dia de 2016. Com a devida vénia, transcreve-se a seguir a síntese, em texto, que inclui algumas mudanças com as novas regras, com vozes favoráveis e críticas da sua aplicação. Título e subtítulos da responsabilidade do Ciberdúvidas.