A actualização deste dia é bastante ecuménica:
— intervir exige complementos e pode vir acompanhado de modificadores;
— a palavra galopante pode ter diferentes classificações morfológicas e isso traz implicações para a estrutura da frase;
— missanga também se pode escrever miçanga.
São estas e outras as contas do nosso rosário — evitando sempre ser mais papistas que o papa.
1. Sem dúvida que o léxico está associado à espinha dorsal de uma língua. Isso mesmo se reflecte nas perguntas que nos chegam relativas à atestação, significado, origem e formação de palavras. Eis alguns exemplos: preboste, etnoarqueologia, alarmidade, desmatar.
2. Lembramos que, no que toca à atestação de formas de palavras (saber se uma dada palavra existe, como é que ela se escreve, como é que se flexiona, etc.), há muitas dúvidas que podem ser esclarecidas através de uma breve consulta da MorDebe ou do Dicionário de Topónimos e Gentílicos — dois recursos do ILTEC.
As perguntas deste dia incidem sobre diferentes aspectos da relação do uso com a norma. Como distinguir mal de mau, sabendo que se confundem na pronúncia brasileira? A que nível de linguagem pertence mijaneira? Inavaliável é uma palavra bem formada? Na linguagem notarial, está certo dizer-se certidão de óbito? Porque é que Anselmo não se escreve com c?
Nem tudo o que parece é: a palavra compromisso, com o sentido de «chegar a um meio-termo», não é um anglicismo; o termo pan-americano não diz respeito apenas a entidades referentes à América Latina; sequências como chover uma chuva, cantar uma canção, chorar lágrimas não estão erradas.
1. Lendo as respostas da edição deste dia, vemos demonstrado que os diferentes aspectos do estudo da língua são confluentes: a alteração da ordem dos constituintes da frase exige um uso específico da pontuação; os diferentes tipos complementos do verbo sonhar reflectem vários valores semânticos; o uso do conjuntivo está dependente, em parte, da construção de orações subordinada, etc.
2. No Pelourinho, apresenta-se uma reflexão sobre um tipo de falar que funde o português com o espanhol: o portunhol.
1. Na edição deste dia, saiba que frases podem ser parafraseadas na voz passiva; dê conta do valor e da função do presente simples na construção de um texto expositivo; confronte terminologias e veja que a classificação composição por justaposição não distingue diferentes fenómenos composicionais importantes; pondere se o anglicismo adição pode equivaler a dependência.
2. Trazemos também para esta actualização a reprodução anotada de uma página online do Correio da Manhã, com uma das maiores concentrações de erros jamais vistas.
Como é que nasceram as línguas faladas no mundo? Será que as línguas foram inventadas algures nos confins do passado para hoje nos servirmos delas, como se de um instrumento se tratasse? E as línguas artificiais — o esperanto ou o volapük — em que diferem das línguas naturais?
Estas simples perguntas fazem-nos ver que as línguas naturais constituem um facto tão banal quanto extraordinário: permitem a geração de novas palavras, autorizam a simplificação, prevêem pequenas combinações de elementos com valores semânticos diferenciados, etc., etc.
Mais vale fazer mal e parcamente do que nada fazer? No que toca à divulgação e ensino da língua portuguesa isso não é verdade. Há que fazer inversão de marcha nos caminhos da inércia. Todos temos responsabilidades no esforço de evitar que o português, uma das línguas mais faladas no mundo, venha a ser uma língua carenciada de falantes.
Há condições na actualidade que apontam para que tal não aconteça — veja-se a vontade da Guiné Equatorial em integrar a CPLP. Mas é preciso dinamizar aquilo que é potenciado pelas oportunidades e expandir esta língua de poetas.
1. Dominam a actualização deste dia os esclarecimentos sobre análise sintáctica: desde as construções negativas (negativas duplas e coordenação com negação) à distinção entre a função de modificação verbal e de complementação.
2. Lembramos que, no que toca à atestação de formas de palavras (saber se uma dada palavra existe, como é que ela se escreve, como é que se flexiona, etc.), há muitas dúvidas que podem ser esclarecidas através de uma breve consulta da MorDebe ou do Dicionário de Topónimos e Gentílicos — dois recursos do ILTEC.
1. «São assim as palavras» — é o que diz o poema de António Gedeão. As palavras são arbitrárias. Não há nenhuma relação de motivação entre a selecção de uma forma linguística e um dado segmento da realidade. E por isso é que muitas vezes nos interrogamos sobre a existência ou não de uma certa forma: geniosidade, demenesteco, epanáfora ou leonino.
2. Luís Afonso, no Correio, dá testemunho de alguns casos de traduções impossíveis que a incúria deixa passar nos canais temáticos da televisão portuguesa. No Pelourinho, questionam-se os processos de formação dos vocábulos recém-criados simplex e simplis.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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