1. Na edição deste dia, saiba que frases podem ser parafraseadas na voz passiva; dê conta do valor e da função do presente simples na construção de um texto expositivo; confronte terminologias e veja que a classificação composição por justaposição não distingue diferentes fenómenos composicionais importantes; pondere se o anglicismo adição pode equivaler a dependência.
2. Trazemos também para esta actualização a reprodução anotada de uma página online do Correio da Manhã, com uma das maiores concentrações de erros jamais vistas.
Como é que nasceram as línguas faladas no mundo? Será que as línguas foram inventadas algures nos confins do passado para hoje nos servirmos delas, como se de um instrumento se tratasse? E as línguas artificiais — o esperanto ou o volapük — em que diferem das línguas naturais?
Estas simples perguntas fazem-nos ver que as línguas naturais constituem um facto tão banal quanto extraordinário: permitem a geração de novas palavras, autorizam a simplificação, prevêem pequenas combinações de elementos com valores semânticos diferenciados, etc., etc.
Mais vale fazer mal e parcamente do que nada fazer? No que toca à divulgação e ensino da língua portuguesa isso não é verdade. Há que fazer inversão de marcha nos caminhos da inércia. Todos temos responsabilidades no esforço de evitar que o português, uma das línguas mais faladas no mundo, venha a ser uma língua carenciada de falantes.
Há condições na actualidade que apontam para que tal não aconteça — veja-se a vontade da Guiné Equatorial em integrar a CPLP. Mas é preciso dinamizar aquilo que é potenciado pelas oportunidades e expandir esta língua de poetas.
1. Dominam a actualização deste dia os esclarecimentos sobre análise sintáctica: desde as construções negativas (negativas duplas e coordenação com negação) à distinção entre a função de modificação verbal e de complementação.
2. Lembramos que, no que toca à atestação de formas de palavras (saber se uma dada palavra existe, como é que ela se escreve, como é que se flexiona, etc.), há muitas dúvidas que podem ser esclarecidas através de uma breve consulta da MorDebe ou do Dicionário de Topónimos e Gentílicos — dois recursos do ILTEC.
1. «São assim as palavras» — é o que diz o poema de António Gedeão. As palavras são arbitrárias. Não há nenhuma relação de motivação entre a selecção de uma forma linguística e um dado segmento da realidade. E por isso é que muitas vezes nos interrogamos sobre a existência ou não de uma certa forma: geniosidade, demenesteco, epanáfora ou leonino.
2. Luís Afonso, no Correio, dá testemunho de alguns casos de traduções impossíveis que a incúria deixa passar nos canais temáticos da televisão portuguesa. No Pelourinho, questionam-se os processos de formação dos vocábulos recém-criados simplex e simplis.
1. O Ciberdúvidas estabeleceu uma parceria com o Plano Nacional de Leitura, entidade que — sob iniciativa da ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues e tendo como comissária a escritora e professora Isabel Alçada — tem como obje(c)tivo a elevação dos níveis de literacia dos portugueses e o gosto pela leitura, especialmente na população escolar mais jovem. Nesse sentido, os programas Páginas de Português e Língua de Todos, emitidos semanalmente na Antena 2 e na RDP África, integrarão doravante uma rubrica regular sobre livros e autores lusófonos. Por sua vez, o Ciberdúvidas passará a constar dos endereços recomendados na página do Plano Nacional de Leitura.
2. A sintaxe e a morfologia são as áreas lingu[ü]ísticas em foco nesta a(c)tualização. Fala-se do verbo permitir seguido de oração subordinada, dos complementos circunstanciais de tempo, do superlativo absoluto sintético de capaz e do diminutivo de óculos. Aborda-se igualmente a semântica, por exemplo, a propósito da diferença entre «à memória de» e «em memória de».
3. Por último, além de novas Notícias, divulgamos nas Lusofonias um texto sobre o fenó[ô]meno da hipercorre(c)ção.
1. As questões ligadas à diversidade da língua portuguesa dão o tom a esta actualização. Evocamos o escritor brasileiro Guimarães Rosa, que recriou a palavra darandina. Descobrimos que, na Madeira, uma joeira é um papagaio de papel. Mostramos que o sinónimo de filigrana tem grafias divergentes no Brasil e em Portugal. Interrogamo-nos sobre a importância da pronúncia de Coimbra para a norma do português europeu.
2. São ainda de mencionar as perguntas sobre formação e flexão de palavras. Recorde-se que o esclarecimento de dúvidas deste tipo pode também ser feito no sítio MorDebe - uma Base de Dados Morfológica de Português.
1. A ortografia é uma representação com convenções específicas; por exemplo, radicais de origem grega e latina como eco-, edafo- e nano- usam-se sem hífen. Além disso, a translineação nem sempre coincide com a divisão silábica: a palavra geografia mantém unida a sequência -fia em final de linha, mas na divisão silábica comporta-se de maneira diferente. Por outro lado, há excepções, e a grafia nem sempre indica claramente a pronúncia das palavras: é o caso de delação, que, em português europeu, tem um a aberto em sílaba não acentuada.
2. Ainda sobre o mesmo tema, as Notícias fazem eco da expectativa criada no Brasil pela futura aplicação do novo acordo ortográfico.
1. Neste dia as dúvidas centram-se nos problemas de denominação. Qual é o nome do objecto que serve de suporte a um livro? Estante. Como se designa a pessoa que dirige uma petição? Peticionário. O que é a crenoterapia? É um tratamento com águas minerais. A tradução e a adaptação de termos ingleses permanecem igualmente como tópico comum a boa parte das nossas respostas; saiba, por exemplo, por que razão decision support pode ser «apoio a decisões».
2. No Pelourinho, Maria Regina Rocha surpreende-se com o abuso de anglicismos na televisão e regressa aos nomes deadjectivais terminados em -iedade. Nas Diversidades, divulga-se um texto sobre a blogosfera, em mirandês (língua da região de Miranda do Douro, no Nordeste de Portugal). Nas Notícias, dá-se conta das críticas de Avelino Coelho à situação da língua portuguesa em Timor.
1. Deixamos em linha a resposta n.º 21 000, Fraseologias com levar e trazer. Este número traduz bem o interesse que o Ciberdúvidas desperta entre quem se preocupa com os diferentes aspectos do funcionamento do português. É assim que neste dia abordamos, por exemplo, as classes de palavras, a propósito de que e se; a ortografia, a respeito de gastrorresistente; a etimologia, em relação ao adjectivo jocoso; e o aportuguesamento de anglicismos.
2. Há mais nesta actualização. Nas Lusofonias, divulgamos uma crítica de Nuno Crato ao abuso das aspas. No Pelourinho, Ana Martins comenta alguns maus exemplos de títulos nos jornais. Na Montra de Livros, apresenta-se Semântica, da autoria das linguistas Ana Cristina Macário Lopes e Graça Rio-Torto.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações