A par de dúvidas sobre o uso desta e daquela palavra (ver o significado de alo-imune), desta e daquela estrutura (por exemplo, a concordância do infinitivo), há consulentes que querem saber como se descreve a língua. Perguntam-nos, por isso, o que é um numeral e um objecto nulo; e levam-nos a abordar de novo o predicativo do complemento directo. É que a gramática não é só uma lista de regras; é também a maneira como as vemos e designamos.
Em qualquer língua, são frequentes os sinónimos. Por exemplo, finura é praticamente o mesmo que fineza, e rendeiro, quase o mesmo que arrendatário (já agora, diz-se «o mesmo que» e não «o mesmo do que»). Mas os respectivos contextos de uso revelam por vezes pequenas diferenças. Noutros casos, há duas formas que competem para designar uma única realidade, como sucede com beisebol e basebol. Aqui não se trata de sinónimos, mas de variações de uma mesma palavra — qual é a melhor? Descubramos nesta actualização o que é que faz a diferença.
Neste dia, explica-se como surge a palavra formação e o que significa o termo «formação expressiva». Analisa-se o significado dos elementos constitutivos de bidimensional e do nome próprio Leonardo. E revela-se a origem da expressão idiomática «desopilar o fígado».
1. Neste dia, respondemos a dúvidas sobre pronúncia-padrão, por exemplo, a propósito da palavra râguebi. A palavra dissuasor conduz-nos ao tema da forma das palavras. Esclarecemos questões relativas ao uso de palavras como o adje(c)tivo oficioso, o verbo abdicar e os demonstrativos esse e este.
2. Nas Controvérsias, retome o debate sobre o novo acordo ortográfico. No Pelourinho, desfaça duas confusões muito comuns na imprensa. Por último, na Antologia, admire a palavra poética de Manuel Bandeira num soneto dedicado a Camões.
A actualização deste dia é bastante ecuménica:
— intervir exige complementos e pode vir acompanhado de modificadores;
— a palavra galopante pode ter diferentes classificações morfológicas e isso traz implicações para a estrutura da frase;
— missanga também se pode escrever miçanga.
São estas e outras as contas do nosso rosário — evitando sempre ser mais papistas que o papa.
1. Sem dúvida que o léxico está associado à espinha dorsal de uma língua. Isso mesmo se reflecte nas perguntas que nos chegam relativas à atestação, significado, origem e formação de palavras. Eis alguns exemplos: preboste, etnoarqueologia, alarmidade, desmatar.
2. Lembramos que, no que toca à atestação de formas de palavras (saber se uma dada palavra existe, como é que ela se escreve, como é que se flexiona, etc.), há muitas dúvidas que podem ser esclarecidas através de uma breve consulta da MorDebe ou do Dicionário de Topónimos e Gentílicos — dois recursos do ILTEC.
As perguntas deste dia incidem sobre diferentes aspectos da relação do uso com a norma. Como distinguir mal de mau, sabendo que se confundem na pronúncia brasileira? A que nível de linguagem pertence mijaneira? Inavaliável é uma palavra bem formada? Na linguagem notarial, está certo dizer-se certidão de óbito? Porque é que Anselmo não se escreve com c?
Nem tudo o que parece é: a palavra compromisso, com o sentido de «chegar a um meio-termo», não é um anglicismo; o termo pan-americano não diz respeito apenas a entidades referentes à América Latina; sequências como chover uma chuva, cantar uma canção, chorar lágrimas não estão erradas.
1. Lendo as respostas da edição deste dia, vemos demonstrado que os diferentes aspectos do estudo da língua são confluentes: a alteração da ordem dos constituintes da frase exige um uso específico da pontuação; os diferentes tipos complementos do verbo sonhar reflectem vários valores semânticos; o uso do conjuntivo está dependente, em parte, da construção de orações subordinada, etc.
2. No Pelourinho, apresenta-se uma reflexão sobre um tipo de falar que funde o português com o espanhol: o portunhol.
1. Na edição deste dia, saiba que frases podem ser parafraseadas na voz passiva; dê conta do valor e da função do presente simples na construção de um texto expositivo; confronte terminologias e veja que a classificação composição por justaposição não distingue diferentes fenómenos composicionais importantes; pondere se o anglicismo adição pode equivaler a dependência.
2. Trazemos também para esta actualização a reprodução anotada de uma página online do Correio da Manhã, com uma das maiores concentrações de erros jamais vistas.
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