Foi notícia: 7 mil línguas podem desaparecer ainda neste século, à razão de uma por cada 14 dias.
Em Angola, a Constituição da República prevê o ensino das línguas nacionais nas escolas. Que problemas práticos se levantam aquando do desenvolvimento de um ensino multilingue em Angola? Que estudos precisam de ser feitos antes da assunção de medidas? Como assegurar a preservação do quimbundo, umbundo, ganguela, fiote, chócue, cuanhama? O ensino do português pode ser prejudicado? Estas são algumas das perguntas visadas no artigo de Ângelo Feijó, no Jornal de Angola.
A grafia não imita a fala. É esta assunção inconsciente que está na origem de muitos erros ortográficos — mesmo quando a regra ortográfica já invoca fundamentação fonética, mais do que etimológica. Um exercício comum, junto de alunos nativos ou de línguas estrangeiras, é, justamente, a segmentação de palavras: é que o contínuo sonoro é, nas fases iniciais de literacia, reproduzido como um encadeamento gráfico sem fronteiras. É este o tema de um interessante artigo publicado recentemente no portal da Unesp.
Encontra-se em linha, desde o dia 1, o Vocabulário Ortográfico do Português, do Instituto de Linguística Teórica e Computacional, contendo, numa primeira fase, 150 000 entradas (até ao final de Março entrarão para o acervo mais 50 mil). O endereço é o do Portal da Língua Portuguesa: www.portaldalinguaportuguesa.org
Um vocabulário ortográfico deve ser um vocabulário comum, defende o nosso consultor D´Silvas Filho. Mas que membros entram/vão entrar nessa comunhão? Eis a questão.
| |
Neste arranque de semana, as notícias não podiam ser mais animadoras:
Poucas semanas após o lançamento, em papel, do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, a Porto Editora decidiu disponibilizar esta obra — para consulta gratuita — no portal da Infopédia. «A disponibilização deste Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa ao maior número possível de cidadãos justifica-se pela sua relevância nesta fase de transição ortográfica», diz Graciete Teixeira, responsável pela secção de dicionários da Porto Editora.
Apesar de a linguística, enquanto ciência, ter nascido com o foco de análise posto na manifestação oral da língua, tal nunca contrariou o sentimento generalizado de que língua está encerrada nos livros.
Culto dos livros é, pois, o tema que agrega duas situações que, sendo socialmente antagónicas, concorrem para o mesmo fim: levar à conquista do prazer de ler. Em Brasília, há um cobrador que montou, a expensas próprias, uma biblioteca ambulante. Em Nova Iorque, há uma livraria-hotel, onde cada piso é dedicado a uma área do saber.
Heróis à Moda do Porto é o título do livro-dicionário, recentemente lançado, com um elenco de 500 palavras tipicamente portuenses, calão tripeiro incluído. A obra é meritória por dois motivos: (i) é o produto "amador", resultado de um trabalho realizado num curso de formação em Turismo; (ii) é um trabalho construído de raiz.
Um ano depois de ter tomado posse, Barak Obama é já um dos mais célebres presidentes norte-americanos. A sua notoriedade decorre, em grande medida, dos seus discursos, que têm dado vasto campo de análise a vários estudiosos, de entre eles, linguistas de diferentes quadrantes. Deixamos três exemplos:
• Discurso de Obama reconhece a existência do outro
• O discurso de Obama
• Análise do discurso da campanha publicitária de Barack Obama nas eleições norte-americanas
Foram dispensados das suas funções 30 dos 75 revisores do Washington Post, o que acarretou uma sobrecarga de serviço para os restantes funcionários. Consequência: é a segunda vez, em seis meses, que a direcção do jornal pede desculpa aos leitores por gralhas e erros ortográficos.
Em Portugal, assumiu-se alegremente a extinção dos revisores das redacções dos periódicos. Os efeitos estão abundantemente exemplificados na nossa secção Pelourinho.
Só boas notícias:
• A Universidade de Carabobo e o Instituto Camões assinaram um acordo de cooperação que prevê a realização de actividades conjuntas para promover e apoiar a cooperação intelectual e científica, a investigação e o ensino da língua portuguesa.
• Desde Outubro de 2009 que, num pequeno bairro de Malaca, crianças da comunidade de descendentes de portugueses estão a aprender português, no âmbito de um projecto da Associação Coração em Malaca, apoiado pelo Instituto Camões.
• Em Maputo, o Clube 21, um espaço reservado à poesia moçambicana, inicia a sua actividade no dia 21 de Janeiro.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações