1. O vocabulário angolano não faz parte do vocabulário comum — é uma constatação fácil de fazer, dado que, efectivamente, não há um vocabulário comum aos países da CPLP. Esta é, porém, a justificação das autoridades de Angola para o pedido de uma moratória de três anos, com vista à posterior ratificação do Acordo Ortográfico por parte daquele país africano.
Deixamos, a propósito, um testemunho antigo do escritor José Eduardo Agualusa:
Acorda, Acordo, ou dorme para sempre.
2. O número de alunos estrangeiros de Português nas nossas escolas e universidades tem um peso significativo, a que não corresponde suficiente investimento, de ordem metodológica e teórica, no ensino do Português. Assim sendo, os estudos criteriosos sobre a aquisição do português como língua estrangeira e segunda são sempre um contributo importante.
Relevamos neste dia o estudo de Joana Pimentel do Rosário, sobre a aquisição dos clíticos. Sabia, por exemplo, que a ênclise é a opção preferida dos aprendentes? Que os clíticos que cumprem uma função sintáctica são mais fáceis de adquirir do que, por exemplo, o se apassivante ou o se indeterminado? Ou que as dificuldades de um aprendente de língua francesa não são as mesmas das de um aprendente de língua inglesa?