1. Que relevância se atribui à língua portuguesa na contemporaneidade? Que perspetivas tem? A resposta é quase sempre esta: encontra-se entre as dez línguas mais faladas no mundo, mas... Um trabalho recente do jornal norte-americano Washington Post, confirma outra vez o português entre as dez línguas que mais crescerão até 2050 por via do crescimento demográfico. O nosso idioma pode, portanto, encarar o futuro com (alguma) confiança, porque ocupa a sétima posição, depois do espanhol e antes do árabe (ver notícia em português). Mas nem só de promessas de consumo e negócio vive uma língua, e a verdade é que, na referida peça, não vemos que o português sobressaia especialmente como veículo de tradução e, portanto, como eixo difusor de conhecimento, incluindo o mais especializado. Muito caminho está por abrir...
2. A propósito do que há por fazer para afirmar a língua portuguesa, que dizer da vaga incessante de palavras e trejeitos do inglês nos textos promocionais que circulam em Portugal? No Pelourinho, José Mário Costa junta mais um caso aos muitos ilustrativos de como o discurso dos portugueses se angliciza vertiginosamente. No Nosso Idioma, a respeito do uso lusitano dos diminutivos e das suas conotações, disponibiliza-se um excerto de um romance recente publicado com o título Homem de Leis Perdido nos Trópicos Procura Senhora Honesta, da autoria do político português José Magalhães.
3. No consultório, portas abertas para as dúvidas de quem quer saber mais sobre o funcionamento e a história do português:
– O verbo influenciar pode usar-se com preposição?
– O que é melhor: «leite em pó desnatado» ou «leite desnatado em pós»?
– Qual poderá ser a origem de Recochina, um curioso topónimo português?
4. No que toca a notícias à volta dos aspetos institucionais da língua portuguesa, salientem-se:
– em outubro de 2015, a entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no sistema de ensino de Cabo Verde;
– e, ainda a tempo de uma referência, as declarações do ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, que, em missão oficial por Angola e Moçambique no começo de setembro, lembrou a importância de Angola ratificar o Acordo Ortográfico, enquanto instrumento de unidade dos países de expressão portuguesa.