Falava-se de exames, de ensino, de retenções, de dificuldades em língua portuguesa, da necessidade de ditados para conhecer e memorizar a grafia, e eis senão quando aparece a legenda: «A partir do momento em que acaba o ciclo dos primeiros quatro anos, ou o aluno sabe, ou vai andar cocho» ("Princípio da Incerteza", RTP3, 13-02-2015), que ficou no ar ainda uns minutinhos, em que coxo é grafado "cocho"...
É evidente que lá deveria estar coxo, no sentido de «manco», ali significando alguém que irá ficar com aquela dificuldade. São desculpa – parca – o facto de x e ch terem o mesmo som e a existência da palavra homófona cocho, com vários significados: «tabuleiro para transportar a cal amassada», «caixa onde gira a mó dos amoladores», «bebedouro ou comedouro para o gado, de formato semelhante a um tronco escavado», «recipiente de cortiça para beber água», entre outros.
Solução: memorizar a grafia, conhecer a etimologia ou aplicar a regra de que depois de ditongo se usa genericamente x – como em ameixa, baixo, caixa, eixo, faixa, feixe, frouxa, paixão, peixe, trouxa.
Apontamento que o consultor Paulo J. S. Barata publicou no blogue Má(-)língua, em 14/02/2016, e que aqui se divulga com a devida vénia.