1. A história que Portugal e o Brasil partilham motiva uma dúvida relacionada com a possibilidade de existência de arcaísmos comuns entre as variantes do português de Pernambuco e a do português europeu. É esta mesma língua que leva falantes do lado de cá e de lá do Atlântico a colocarem questões sobre funções sintáticas: «Qual a função dos constituintes «de bobo» ou «linda» com o verbo fazer-se?» e «Qual a função de um constituinte dependente do adjetivo costumado?» A busca da correção da língua justifica a questão «Qual a melhor opção: «Devora-os a todos» ou «devora-os todos»?» e «Qual o gentílico do topónimo Lobão?» (respostas disponíveis no Consultório)
2. Na rubrica Controvérsias, regressamos ao tema do género na língua com um artigo de opinião (publicado originalmente no jornal Público) de António Bagão Félix, economista e professor universitário, que aborda ironicamente as possíveis consequências dos excessos associados ao princípio da linguagem inclusiva: desde as redundâncias, à hipotética formação de novas palavras, sem esquecer o uso de símbolos que buscam um género "neutro", como @, x ou até *.
3. A propósito ainda da visita do Presidente chinês Xi Jinping, José Ribeiro e Castro, político e advogado português, deixa, num artigo originalmente divulgado no jornal Público, dois grandes desafios: o desenvolvimento de zonas do interior do país em parceria com a indústria asiática e a aposta na aprendizagem do mandarim de forma alargada pelos jovens portugueses (acompanhada de uma política de promoção da aprendizagem do português na China), como forma de construir uma real vantagem para os portugueses no quadro do mercado global. Uma reflexão também sobre a importância do multilinguismo na economia e sociedade globais.
4. No âmbito da atualidade internacional, destaque para os eventos, em Lisboa, assinalando o 70.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento aprovado pela Assembleia Geral da ONU, a 7 de dezembro de 1948, em Paris (notícias aqui e aqui):
– A cerimónia comemorativa na Assembleia da República Portuguesa, a 10 de dezembro, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa;
– A entrega do Prémio Direito Humanos 2018 à Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos, numa sessão anterior à comemoração do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos;
– O lançamento da obra Livres e Iguais – Os Direitos Humanos na Escola, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada e com ilustrações de Ana Seixas;
– A exposição 70 anos depois: o que ainda há por fazer? – organizada pela Rede Ação Jovem, uma rede de jovens ativistas da Amnistia Internacional, e com o objetivo de estabelecer um paralelo entre os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e as ações desenvolvidas atualmente pela Amnistia Internacional ;
– Análises divulgadas pela comunicação social portuguesa a propósito do que ainda falta cumprir para que a Declaração se torne uma realidade, com especial destaque para os casos da violência sobre as mulheres, do racismo e da pobreza (no Diário de Notícias) e ainda o crescimento do discurso do ódio em Portugal (num alerta da Amnistia Internacional).
5. No domínio da literatura de língua portuguesa, registamos a atribuição do prémio Oceanos de Literatura 2018 à escritora brasileira Marília Garcia, pela sua obra Câmera Lenta. Na mesma cerimónia foram também anunciados os vencedores dos 2.º, 3.º e 4.º lugares deste prémio, atribuído anualmente desde 2002.*
* O prémio do 2.º lugar foi atribuído ao escritor português Bruno Vieira Amaral, com a obra "Hoje estarás comigo no paraíso"; para o 3.º lugar foi escolhido o poeta português Luís Quintais, com a obra "A noite imóvel"; e o prémio do 4.º lugar distinguiu o poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim, com a obra "O deus restante". Mais pormenores aqui.