Tradicionalmente, só é um advérbio de exclusão, conforme se atesta em J. M. Nunes de Figueiredo e A. Gomes Ferreira, Compêndio de Gramática Portuguesa, Porto Editora, 1976, pág. 301. Nesta gramática, não se refere exceto, mas, tendo em conta fazer-se aí a inclusão de salvo, advérbio semanticamente equivalente, é possível afirmar que, há mais de três décadas em Portugal, se classificavam só, salvo e exceto como advérbios de exclusão, pelo menos, no contexto escolar.
No Dicionário Terminológico, as palavras só e exceto são referidas em exemplos referentes à classe dos advérbios de inclusão e exclusão, sem indicar se lhes é dado este ou aquele valor, embora se diga que só tem caráter exaustivo em «Só a Maria faltou à aula» (cf. também João Costa, O Advérbio em Português Europeu, Lisboa, Edições Colibri, p. 65, onde o autor propõe classificá-lo entre os advérbios focalizadores de caráter exaustivo). Não obstante, no quadro da aplicação do DT, a Gramática Prática de Português (Texto Editora, 2010, pág. 258), de M. Olga Azevedo et al., apresenta só, apenas, exceto e unicamente em exemplos de advérbios de exclusão.
Refira-se, por último, que a Gramática do Português da Fundação C. Gulbenkian (2013, pág. 1667-1671) classifica só entre os advérbios focalizadores exclusivos, enquanto considera exceto uma preposição.