Basta termos em conta o que nos diz Carlos Ceia em E-Dicionário de Termos Literários sobre eufemismo:
Figura de retórica que procede à substituição de uma expressão rude ou desagradável por uma outra que amenize o discurso, embora sem alterar o sentido, por exemplo, «ir para outro mundo» ou «Tirar Inês ao mundo determina» (Camões, Os Lusíadas, III, 123) em vez de «morrer», ou «pessoa de poucos recursos financeiros» por «pobre». O termo é de origem grega (euphemismos, «bem dizer») e desde sempre foi utilizado para designar as formas de dissimulação de sentimentos desagradáveis, de pensamentos cruéis ou de palavras-tabu, que se evitam pelo recurso a uma linguagem mais amaviosa, sem se perder o sentido original de vista.
É de referir que, embora esteja integrado nas figuras de retórica, o eufemismo é frequentemente utilizado no nosso quotidiano, na linguagem informal, sempre que não queremos chocar alguém com expressões rudes. Por exemplo, é vulgar dizer-se de alguém que sofre de algum tipo de doença cancerígena que essa pessoa tem «uma doença má», evitando-se utilizar a carga agressiva do termo «cancro» ou «câncer».
Por exemplo, quando alguém teve um mau desempenho numa determinada situação em que é objeto de avaliação, é frequente dizer-se «O que não correu assim tão bem foi...» em vez de se usar «O que correu mal»...
O mesmo se pode dizer de uma pessoa que tem mau feitio e a quem se diz que «não tem um feitio muito fácil».