Os conceitos de holonímia e meronímia são associados à relação que se estabelece entre um determinado organismo e as suas partes. Por exemplo, no organismo (holónimo) corpo humano há um conjunto de elementos identificáveis e caracterizáveis per se, mas não contendo todos os elementos que formam o seu holónimo. Trata-se, pois, de uma relação parte-todo e não de uma relação hierárquica. Sobre a holonímia e a meronímia, o Dicionário Terminológico contém a seguinte nota, que me parece elucidativa:
«As relações de holonímia/meronímia distinguem-se das de hiperonímia/hiponímia na medida em que nestas há uma transferência de propriedades semânticas que não se verificam naquelas. Por exemplo, sardinha é hipónimo de peixe, porque também é peixe. Já a palavra escama não pode ser encarada como um hipónimo de peixe, uma vez que, apesar de ser uma parte do peixe (merónimo), não é um subtipo de peixe.»
Assumindo que a relação pretendida seja hiperonímia/hiponímia, tenho dificuldade em aceitar a existência de uma relação hierárquica ente vida e família, ou amigos. Claro que sem vida não há família, mas que tipo de elemento comum se pode isolar para justificar esta relação? Mesmo que transformasse vida numa expressão menos abstraca, como formas de vida, não chegaria, a meu ver, a família ou a amigos. Estas duas palavras remetem, do meu ponto de vista, para relações sociais. Em todo o caso, o estabelecimento de relações semânticas de hierarquia a um nível tão vasto parece-me difícil de defender.