Há quem fale de associação lexical para designar as relações de afinidade morfológica e semântica entre várias unidades lexicais. Por exemplo, no Dicionário de Termos Linguísticos (organizado por Maria Francisca Xavier e Maria Helena Mira Mateus; em linha na Associação de Informação Terminológica), regista-se o termo associação (sem o adjectivo lexical), assim definido:
«Relação que se estabelece entre unidades lexicais, a partir de elementos de carácter subjectivo determinados pelo uso de uma dessas unidades. O termo campo associativo ou grupo associativo é usado por alguns linguistas para designar os conjuntos de unidades lexicais que apresentam uma semelhança particular de formas e sentidos entre os seus componentes.»
Nesta acepção, o termo em apreço designa vários tipos de relação lexical nos quais se apoiam os conceitos de campo lexical (às vezes, também campo semântico) e família de palavras.
Mas há outra maneira de entender associação lexical, como sinónimo não só de solidariedade lexical e combinatória mas também de colocação. Todos estes termos são usados para designar a lexicalização de certas sequências de itens lexicais. A definição de colocação proposta no dicionário da Academia das Ciências parece-me sucinta e esclarecedora sobre esse fenómeno: «[é] determinada palavra que ocorre com frequência, ocupando a mesma posição junto de outra palavra. [...] Ar é uma colocação da palavra lufada; diz-se lufada de ar.»
Quanto ao Novo Dicionário Lello Estrutural, Estilístico e Sintáctico da Língua Portuguesa, é realmente uma obra fiável, mas que precisa de ser complementada por outros dicionários do mesmo tipo que ainda não existem nem para o português europeu nem, ao que sei, para o português brasileiro. É que, na lexicografia do português, não há infelizmente ainda nada de comparável à obra The BBI Dictionary of English Word Combinations ou a outros dicionários de colocações, que tanto facilitam a aprendizagem das combinatórias lexicais do inglês.