Por norma, tal como leu nessa resposta anterior, os cargos não requerem o emprego de maiúscula inicial. Ninguém escreve «Sou Limpa-Chaminés», por exemplo. E não há nisto qualquer falta de respeito por essa profissão, também ninguém escreve «Fui ao Médico».
Porém, como as pessoas são educadas, amáveis e atenciosas, e às vezes sentem necessidade de demonstrar deferência, podem presentear o detentor do cargo com a maiúscula, que normalmente está reservada para as coisas “importantes”. Acontece o mesmo quando começamos uma carta por «Excelentíssimo Senhor...». Os jornais, por exemplo, costumam reservar essa deferência apenas para o presidente da República e para o papa (eu escrevi em minúsculas de propósito, porque entendo que um papa não me merece mais respeito que um médico, que um bombeiro ou que uma vendedeira de hortaliça), nem o primeiro-ministro costuma ter direito a maiúsculas.
Assim, saiba que não há nenhuma norma geral que a aconselhe a usar maiúsculas na grafia de um cargo. Pode haver, sim, uma “norma interna”, determinada, por exemplo, por um livro de estilo.
E pode haver outra “norma interna”, na sua cabeça, que é a simpatia, o respeito, a reverência que o detentor do cargo lhe merece ou deve merecer, ou o destaque que lhe queira dar.
Quanto aos órgãos específicos, como lhes chama, já é costume usar-se as maiúsculas. Mas têm de ser específicos. Por exemplo: «o ministro trabalha no ministério», mas o «ministro da Saúde trabalha no Ministério da Saúde». Comissão de Estágios ou Júri de Avaliação, apesar de designações um pouco genéricas, aceitam-se bem, especialmente no âmbito de um regulamento interno.