Diversidades - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos que versam sobre as variedades nacionais e regionais do português.
As palavras e o tempo
As línguas como visões do mundo

«Todas as línguas e dialectos acolhem uma miríade de termos que ancoram na História. Há metáforas, códigos e sinais acorrentados a povos, épocas, crenças, tradições. Nunca compreenderemos, por isso, o verdadeiro sentido de certas palavras sem pisar o seu chão, sem caminhar na terra em que foram geradas.»

Reflexões do juiz e colunista Rui Carvalho Moreira a respeito do condicionamento espacial e cultural das conceptualizações associadas às línguas e às suas palavras. Artigo publicado no jornal Observador em 19 de setembro de 2024 e aqui transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia de 1945, conforme o original.

Apresigos, alheiras e janas encantadas
Regionalismos gastronómicos e da mitologia

«Pesquisando a origem da palavra sopé, por causa do Marão e da aldeia onde nasci – rememora neste texto* o escritor e jornalista Carlos Coutinho –, fui dar aos terrenos da sopa e, em natural escorregadela, aos do apresigo, ou presigo, palavra de origem controversa que, hoje em dia, já quase ninguém usa, mesmo na minha região, e que significa comida acompanhável com pão, geralmente numa iguaria à base de carne de porco ou porca».

 

* Publicado no mural do Facebook do autor, com a data de 18/09/2024. Título da responsabilidade do Ciberdúvidas.

L Mirandés percisa d’ua Mano
O mirandês precisa de uma mão

«Todos ls mirandeses stan mui agradecidos pulas ajudas que ténen recebido tanto de l poder central, cumo de l Outárquico. Mas, cumo palabras nun adúban sopas, hai que cuncretizar las prepuostas.»

Artigo de opinião do enegenheiro Aníbal Fernandes incluído no jornal Público em 17 de setembro de 2024, dia da lingua mirandesa.

 

«Me empurra» e «empurra-me»
Brasil vs. Portugal: sistemas distintos ou normas diversas?

«Tanto "me empurra" quanto "empurra-me" são possibilidades gramaticais da mesma língua: a língua portuguesa. A primeira frase reflete a norma linguística brasileira, em sua modalidade falada. A segunda frase reflete a norma linguística lusitana. Mas ambas as frases fazem parte do que o linguista Eugenio Coseriu chama de sistema

Uma avaliação do rofessor de  português brasileiro Fernando Pestana sobre as semelhanças e dissemelhanças entre o português do Brasil e o português europeu à luz dos conceitos de sistema e norma. Texto tanscrito, com a devda vénia, da página do Facebook do autor..

Anatomia e genética dos Khoisan
O povo mais antigo do planeta
Por Jornal de Angola

Também conhecidos como bosquímanos ou boxímanes, os Khoisan – que vivem no Sul de Angola e na Namíbia e de língua baseada em cliques – são considerados o grupo humano mais antigo do planeta.

 

Texto transcrito, com a devida vénia, do Jornal de Angola, do dia 21 de agosto de 2024.

Kwadi: uma língua perdida de Angola<br> com uma história para contar
Diversidade étnica e linguística da Província do Namibe

«Há várias razões para pensar que ainda há pouco tempo as línguas [da província angolana do Nnamibe] e as culturas locais teriam sido muito mais variadas» – escreve o biólogo e antropólogo Jorge Rocha (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) a respeito da história cultural e linguística da Província do Namibe, no Sudoeste de Angola, onde comunidades como os kwepes preservam tradições apesar das adversidades do deserto.

Neste artigo, publicado no jornal Público no dia 8 de agosto de 2024 e  aqui transcrito com a devida vénia, foca-se a língua kwadi, quase extinta, e referem-se as interações entre diferentes povos, mostrando como línguas, costumes e genes se misturam ao longo do tempo, revelando a complexidade e diversidade cultural da África Austral. O texto enfatiza ainda que a perda de uma língua é a perda de uma visão de mundo. Mantém-se a ortografia de 1945, conforme o texto original.

«Aí ele pegou e foi embora»:<br>uma expressão do Brasil
Usos informais do verbo pegar

«Para alguns gramáticos, a construção «pegar e [verbo]» é uma perífrase, isto é, uma frase que tem mais palavras do que deveria. Nos textos escritos e em discursos formais, portanto, é recomendável evitá-la» – observa o biólogo e divulgador de temas gramaticais braileiro Rafael Rigolon acerca de um uso idiomático e informal que é típico do português Brasil.

Apontamento do mural Língua e Tradição publicado em 14 de julho de 2024 no Facebook e aqui transcrito com a devida vénia.

 

Mobilização maciça contra o ódio à língua catalã
A política linguística do governo das Ilhas Baleares

Neste texto aborda-se a situação política e social nas Ilhas Baleares, focando-se a situação da língua catalã no contexto da atuação do governo regional, liderado pelo Partido Popular (PP), que tem um pacto com o partido de extrema-direita Vox. O autor, o sindicalista Rafael Borrás Ensenyat, na sequência de um artigo seu intitulado Viragem à extrema direita nas Ilhas Baleares, destaca várias medidas que visam diminuir o uso e a importância do catalão, bem como dá conta da grande manifestação que se realizou em 5 de maio de 2024 em Palma, capital desta região autonómica insular. Texto originalmente publicado na revista eletrónica de língua espanhola Sin Permiso, no dia 10 de maio de 2024. Tradução livre. 

A língua <i>talian</i>
Património cultural imaterial e referência cultural do Brasil

«Os migrantes italianos [...] [no Brasil] (1875-1912) provinham de diferentes regiões italianas e falavam línguas e dialetos diferentes, mas foram primeiro irmanados nas longas viagens de navio entre o Velho e o Novo Mundo e depois distribuídos aleatoriamente por diferentes regiões rurais, sobretudo dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná» – escreve a professora universitária e linguista Margarita Correia a respeito do talian, uma língua franca de origem italiana que se desenvolveu no Brasil. Artigo incluído no Diário de Notícias em 13/05/2024.

A influência portuguesa na doçaria japonesa
Kompeitō e kasutera

A influência da presença portuguesa no Japão durante o século XVI, particularmente na alimentação e doçaria japonesa, é evidenciada neste texto com dois exemplos específicos: o kompeitō, um tipo de rebuçado típico japonês, e o kasutera, um bolo que guarda semelhanças com o pão-de-ló tradicional. O texto, da autoria da consultora Sara Mourato, explora a origem destes doces no Japão, assim como do nome que lhes é dado.