Gostaria de ler opiniões sobre a escrita de Mia Couto. Será a língua uma coisa estática que não admite "derrapagens" para novas "descobertas"?
Confesso-me sempre deliciado no ondulante sabor da escrita de Mia Couto.
Estou a escrever este "e-mail" para também eu criticar a forma como gerem o problema da dupla ortografia.
Fico com um bocado de orgulho (português) ferido ao ver que este projecto não se destina primordialmente aos Portugueses. Contudo percebo a vantagem, e o que isso tem de bom, de se atender a ortografia de outras nações do idioma português.
Mas acho que se deveriam apresentar a respostas e tudo o resto primeiramente em português de Portugal e depois com as outras variações, porque não só os brasileiros merecem atenção. Para isso devia haver uma marca simbólica que permitisse ver a alternativa ao português Portugal. Entretanto deviam, usando os parênteses e parênteses rectos, ter uma norma para o seu uso, como por exemplo, primeiro a forma na forma de Portugal e depois na forma do Brasil. Isto não acontece agora e fica confuso saber qual a forma de Portugal.
P.S.: Nem toda a gente vive em cidades. Seria interessante mudarem "Cidade" para "localidade" no formulário de "perguntar".
Por mera casualidade acabei por descobrir o vosso "site" e devo dizer que estou impressionado. Simplesmente magnífico. É sem duvida um hino ao português.
Mas até dá medo escrever para vocês...
Aquilo que também descobri é que ninguém fala ou escreve português puro e que dificilmente alguém o fará.
No entanto espero que este "mail" sirva de apoio a continuarem o excelente trabalho.
Abraços e felicidades,
No meu tempo (e esta frase já diz qualquer coisa acerca da minha idade...) aluno da "primária"que desse erros de português não saía da 4.ª classe; hoje basta que saiba contar até dez e declinar o alfabeto, para ser considerado letrado.
Acresce, a este facto, a tendência para a invenção e, principalmente, para a originalidade (quase que apostava que foi um português que inventou a roda). Então, quando se fala de Língua Portuguesa, ganha quem for mais original. Originalidade que, por norma, se consubstancia em... asneira!
(…) Um "spot" televisivo mostrava Carlos Malato a apregoar "urbi et orbi" que o programa [da RTP] "Portugal no Coração" iria ser transmitido directamente de Paris, da Torre Eiffel e, para que não restassem dúvidas, «a noventa e cinco metros de altitude» (!). Ora, considerando a distância a que Paris se encontra do oceano, e isto é uma mera presunção, já que não estou ao corrente das características geográficas de França, suponho que o programa estivesse a ser transmitido... a partir do subsolo.
Claro que o JCM podia, perfeitamente, falar em 95 metros de altura, mas isso nada tinha de original. O homem que no "Um contra Todos" repete até à exaustão “logotípo” em vez de logótipo, não iria cair no plebeísmo de dizer que estava a 95 metros de altura. O que é grave, é que o "spot" passou várias vezes – o que significa que JCM não é o único ignorante na RTP. Valha-nos isso, ao menos.
Outro dos meus "calineiros" preferidos, é o Hélder Silva. Desde o "priúdo" até ao "reigbi", vale tudo. Um espectáculo.
Daí que eu venha propor que, para que não se diga que «em casa de ferreiro espeto de pau», o programa "Cuidado com a língua!" seja de transmissão obrigatória para o interior da RTP, devendo ser penalizados os locutores e/ou apresentadores faltosos.
Sou técnica de actividades de tempos livres e gostava que me dessem um esclarecimento: há alguma entidade em Portugal que avalie a qualidade dos manuais de ensino adoptados por essas escolas fora?
Olá, me chamo Terezinha e moro no México. Aqui, dou assessoria a algumas empresas que necessitam do português para comunicar-se com o Brasil. Minha pergunta é: existe algum tipo de exame para medir o nível em que está um aluno de português (estrangeiro), como o toffel do inglês?
Espero ter uma resposta breve de vocês.
(…) A selecção portuguesa de râguebi está a um passo de, pela primeira vez, ir ao campeonato do mundo. Na televisão vinha escrita, em fundo ou em rodapé, a palavra râguebi. Mas os jornalistas, as pessoas entrevistadas que aparentavam posição social pelos charutos ostentados, os jogadores e técnicos, todos pronunciavam "réiguebi". Um dos entrevistados vangloriava-se de ter sido o fundador do "réiguebi" na sua terra. Por baixo, estava escrito «Presidente do Rugby Club da Lousã»...
Este desporto tem o nome original de rugby, que foi aportuguesado para râguebi. "Réiguebi" não é nada, e só revela incultura quem assim pronuncia.
Um dos interesses do antigo formato do Ciberdúvidas era diariamente poder ler/aprender com as perguntas/respostas do dia. É possível no novo formato (que está pior) fazer isso (diariamente ver as perguntas só desse dia)?
Infelizmente o Cyberdúvidas deixou de ter qualquer utilidade para os utentes de fora já que com o novo formato, quaisquer referências dadas pela Net vêm parar aqui à primeira página em vez de nos levar à resposta, e além disso deixou de ter glossário. Como não responderam ao meu protesto anterior vou agora enviar este e-mail para os CTT para ver se eles deixam de gastar dinheiro dos meus impostos com um projecto tão inútil.
Como antiga aluna do curso de Línguas e Literaturas Modernas - Português/Inglês da Faculdade de Letras de Lisboa e visitante regular do Ciberdúvidas, não posso deixar de tornar pública a minha defesa da TLEBS.
Ultimamente tenho lido muita crítica destrutiva (e alguma muito mal fundamentada) a respeito do assunto, sem que, no entanto, grande parte dos seus autores demonstrem um conhecimento sólido na área, quer como professores de português, quer como linguistas.
Em primeiro lugar, e contrariamente ao que tem sido defendido, a TLEBS não é um bicho papão que irá desmotivar os alunos de português. Na verdade, penso que já é tempo de deixar de tratar os alunos como incapacitados, enveredando-se sempre pela via do facilitismo. A gramática é fundamental para o conhecimento da língua portuguesa. A literatura só não basta!
Contudo, a meu ver, o problema não reside na Terminologia recentemente adoptada. Afinal, de que serve que o aluno saiba debitar os termos correctos para classificar categorias morfológicas e sintácticas quando não sabe distinguir advérbios de adjectivos, em contexto frásico? A polémica em torno do assunto da TLEBS acaba por encobrir a falta de competência linguística de alguns professores e a enorme lacuna que existe no ensino da gramática.
Não me vou alargar no comentário, fazendo uma lista de pontos a favor ou contra a TLEBS. Quero apenas referir que, ao contrário do que afirmou o Dr. Francisco José Viegas no seu artigo "O ensino do pobre português", os linguistas não são um grupo de génios que provavelmente detestam o português e que o consideram sua propriedade. Uma língua não é só gramática nem só literatura pois, afinal de contas, uma não sobrevive sem a outra. Um professor de literatura ama tanto o português como um professor de linguística, simplesmente estudam-no de perspectivas diferentes. No meu entender, esta polémica acaba por ser apenas mais um pretexto para se medir forças entre a gramática e a literatura. No final, quem perde com estas guerras de "partidos" são apenas os alunos...
Cumprimentos a todos os visitantes e colaboradores do "site" e parabéns pelo excelente trabalho!
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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