Correio - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Carlos Nobre Portugal 2K

Gostaria de ler opiniões sobre a escrita de Mia Couto. Será a língua uma coisa estática que não admite "derrapagens" para novas "descobertas"?

Confesso-me sempre deliciado no ondulante sabor da escrita de Mia Couto.

Vítor Pereira Estudante Portugal 2K

Estou a escrever este "e-mail" para também eu criticar a forma como gerem o problema da dupla ortografia.

Fico com um bocado de orgulho (português) ferido ao ver que este projecto não se destina primordialmente aos Portugueses. Contudo percebo a vantagem, e o que isso tem de bom, de se atender a ortografia de outras nações do idioma português.

Mas acho que se deveriam apresentar a respostas e tudo o resto primeiramente em português de Portugal e depois com as outras variações, porque não só os brasileiros merecem atenção. Para isso devia haver uma marca simbólica que permitisse ver a alternativa ao português Portugal. Entretanto deviam, usando os parênteses e parênteses rectos, ter uma norma para o seu uso, como por exemplo, primeiro a forma na forma de Portugal e depois na forma do Brasil. Isto não acontece agora e fica confuso saber qual a forma de Portugal.

P.S.: Nem toda a gente vive em cidades. Seria interessante mudarem "Cidade" para "localidade" no formulário de "perguntar".

Paulo Coelho Portugal 1K

Por mera casualidade acabei por descobrir o vosso "site" e devo dizer que estou impressionado. Simplesmente magnífico. É sem duvida um hino ao português.

Mas até dá medo escrever para vocês...

Aquilo que também descobri é que ninguém fala ou escreve português puro e que dificilmente alguém o fará.

No entanto espero que este "mail" sirva de apoio a continuarem o excelente trabalho.

Abraços e felicidades,

José Moreira Portugal 2K

No meu tempo (e esta frase já diz qualquer coisa acerca da minha idade...) aluno da "primária"que desse erros de português não saía da 4.ª classe; hoje basta que saiba contar até dez e declinar o alfabeto, para ser considerado letrado. 

Acresce, a este facto, a tendência para a invenção e, principalmente, para a originalidade (quase que apostava que foi um português que inventou a roda). Então, quando se fala de Língua Portuguesa, ganha quem for mais original. Originalidade que, por norma, se consubstancia em... asneira! 

(…) Um "spot" televisivo mostrava Carlos Malato a apregoar "urbi et orbi" que o programa [da RTP"Portugal no Coração" iria ser transmitido directamente de Paris, da Torre Eiffel e, para que não restassem dúvidas, «a noventa e cinco metros de altitude» (!). Ora, considerando a distância a que Paris se encontra do oceano, e isto é uma mera presunção, já que não estou ao corrente das características geográficas de França, suponho que o programa  estivesse a ser transmitido... a partir do subsolo.

Claro que o JCM podia, perfeitamente, falar em 95 metros de altura, mas isso nada tinha de original. O homem que no "Um contra Todos" repete até à exaustão “logotípo” em vez de logótipo, não iria cair no plebeísmo de dizer que estava a 95 metros de altura. O que é grave, é que o "spot" passou várias vezes – o que significa que JCM não é o único ignorante na RTP. Valha-nos isso, ao menos.

Outro dos meus "calineiros" preferidos, é o Hélder Silva. Desde o "priúdo" até ao "reigbi", vale tudo. Um espectáculo.

 Daí que eu venha propor que, para que não se diga que «em casa de ferreiro espeto de pau», o programa "Cuidado com a língua!" seja de transmissão obrigatória para o interior da RTP, devendo ser penalizados os locutores e/ou apresentadores faltosos. 

Matilde Vasconcelos Portugal 2K

Sou técnica de actividades de tempos livres e gostava que me dessem um esclarecimento: há alguma entidade em Portugal que avalie a qualidade dos manuais de ensino adoptados por essas escolas fora?

Terezinha Nunes México 1K

Olá, me chamo Terezinha e moro no México. Aqui, dou assessoria a algumas empresas que necessitam do português para comunicar-se com o Brasil. Minha pergunta é: existe algum tipo de exame para medir o nível em que está um aluno de português (estrangeiro), como o toffel do inglês?

Espero ter uma resposta breve de vocês.

 

Manuel Gaspar Martins Porto, Portugal 2K

(…) A selecção portuguesa de râguebi está a um passo de, pela primeira vez, ir ao campeonato do mundo. Na televisão vinha escrita, em fundo ou em rodapé, a palavra râguebi. Mas os jornalistas, as pessoas entrevistadas que aparentavam posição social pelos charutos ostentados, os jogadores e técnicos, todos pronunciavam "réiguebi". Um dos entrevistados vangloriava-se de ter sido o fundador do "réiguebi" na sua terra. Por baixo, estava escrito «Presidente do Rugby Club da Lousã»...

Este desporto tem o nome original de rugby, que foi aportuguesado para râguebi. "Réiguebi" não é nada, e só revela incultura quem assim pronuncia.

Jorge Martins Portugal 1K

Um dos interesses do antigo formato do Ciberdúvidas era diariamente poder ler/aprender com as perguntas/respostas do dia. É possível no novo formato (que está pior) fazer isso (diariamente ver as perguntas só desse dia)?

Maria Perry Tradutora Portugal 1K

Infelizmente o Cyberdúvidas deixou de ter qualquer utilidade para os utentes de fora já que com o novo formato, quaisquer referências dadas pela Net vêm parar aqui à primeira página em vez de nos levar à resposta, e além disso deixou de ter glossário. Como não responderam ao meu protesto anterior vou agora enviar este e-mail para os CTT para ver se eles deixam de gastar dinheiro dos meus impostos com um projecto tão inútil.

Clara Pinto Portugal 1K

Como antiga aluna do curso de Línguas e Literaturas Modernas - Português/Inglês da Faculdade de Letras de Lisboa e visitante regular do Ciberdúvidas, não posso deixar de tornar pública a minha defesa da TLEBS.

Ultimamente tenho lido muita crítica destrutiva (e alguma muito mal fundamentada) a respeito do assunto, sem que, no entanto, grande parte dos seus autores demonstrem um conhecimento sólido na área, quer como professores de português, quer como linguistas.

Em primeiro lugar, e contrariamente ao que tem sido defendido, a TLEBS não é um bicho papão que irá desmotivar os alunos de português. Na verdade, penso que já é tempo de deixar de tratar os alunos como incapacitados, enveredando-se sempre pela via do facilitismo. A gramática é fundamental para o conhecimento da língua portuguesa. A literatura só não basta!

Contudo, a meu ver, o problema não reside na Terminologia recentemente adoptada. Afinal, de que serve que o aluno saiba debitar os termos correctos para classificar categorias morfológicas e sintácticas quando não sabe distinguir advérbios de adjectivos, em contexto frásico? A polémica em torno do assunto da TLEBS acaba por encobrir a falta de competência linguística de alguns professores e a enorme lacuna que existe no ensino da gramática.

Não me vou alargar no comentário, fazendo uma lista de pontos a favor ou contra a TLEBS. Quero apenas referir que, ao contrário do que afirmou o Dr. Francisco José Viegas no seu artigo "O ensino do pobre português", os linguistas não são um grupo de génios que provavelmente detestam o português e que o consideram sua propriedade. Uma língua não é só gramática nem só literatura pois, afinal de contas, uma não sobrevive sem a outra. Um professor de literatura ama tanto o português como um professor de linguística, simplesmente estudam-no de perspectivas diferentes. No meu entender, esta polémica acaba por ser apenas mais um pretexto para se medir forças entre a gramática e a literatura. No final, quem perde com estas guerras de "partidos" são apenas os alunos...

Cumprimentos a todos os visitantes e colaboradores do "site" e parabéns pelo excelente trabalho!