Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Miguel Rodrigues Aposentado Ermesinde, Portugal 6K

Sempre utilizei o verbo rir conjugado reflexamente, como, por exemplo, na frase: «riram-se a bandeiras despregadas». Porém, já o tenho visto conjugado sem o pronome, desde logo: «riram a bandeiras despregadas». A minha pergunta é: qual das formas é a correta?

Obrigado.

Miguel Dias Jornalista Lisboa, Portugal 7K

Qual a melhor tradução para newsmakers?

Maria da Graça Leão Correia Professora Lisboa, Portugal 19K

Gostaria de ser informada sobre a diferença entre base e radical. Sei que esta pergunta já foi feita tendo o consulente sido remetido para o Dicionário Terminológico, que não é esclarecedor sobre o assunto. Assim, por exemplo, qual a razão para doc ser a base para adoçar, e adoça, a base para adoçante? Como explicar estas subtilezas aos alunos se a esmagadora maioria dos professores tem dúvidas?

Luísa Barbosa Portugal 7K

Li o seguinte título no Jornal de Notícias: «Eles não sabiam que vão ser mudados.»

Gostaria de saber se a frase está correcta.

Grata pela vossa atenção.

Cristina Pareira Professora Portimão, Portugal 11K

Gostaria de saber qual a forma correcta de dizer:

«O aluno transita para o 4.º ano», ou «O aluno transita ao 4.º ano»?

Diego Cruz Psicólogo Florianópolis, Brasil 7K

Anteriormente enviei uma dúvida com o seguinte texto:

«Gostaria de saber se há algum critério seguro e bem aceito na língua portuguesa para diferenciar uma oração relativa livre de uma subordinada interrogativa. Minha dúvida é motivada pelo fato de que, ao que parece, uma interrogativa subordina é possível ser introduzida por preposição: “perguntou de quem era o vestido”, o que já não parece possível com uma relativa livre:*"conhece de quem era o vestido”. No entanto, o que me parece é que o que permite tal distinção seria o próprio significado relacionado ao verbo da oração principal. No entanto, eu fico em dúvidas numa frase como esta: “Imagino de quem ela falou.” Não sei se ela pode ou não ser considerada gramatical. Um critério que eu, a partir de algumas poucas leituras sobre assunto, tenho estipulado é o seguinte: substituir o pronome relativo livre por algum demonstrativo acompanhando de seu pronome relativo, se resultar agramatical ou se o sentido diferir bastante, tal oração então seria interrogativa, caso contrário, seria uma oração relativa livre. Ex. “Imagino quem entrou na sala” – ?“Imagino aquele que entrou na sala”. Esta última, além de soar um pouco esquisita, muda bastante o sentido da frase. Logo, parecer-me-ia que estamos diante de uma construção cuja subordinada é uma interrogativa indireta. A partir desses argumentos – os quais coloco em dúvida - não me pareceria absurda uma frase como a que eu mencionei anteriormente: “imagino de quem ela falou”, uma vez que por este critério – o qual não sei se pode ser válido – tal oração seria uma subordinada interrogativa, a qual poderia ser introduzida por preposição. Como eu tenho acompanhando algumas respostas de Carlos Rocha a perguntas sobre o tema, gostaria, se possível, que ele comentasse sobre minhas indagações. No entanto, deixo livre para fazê-lo qualquer consultor que tenha interesse.»

No entanto, acho pertinente apresentar exemplos da aplicação do critério acima proposto também nos casos em que há em jogo uma preposição na oração subordinada. A frase 5 não se encaixa nesses casos. Aqui os apresento:

1) «Imagino de quem ela falou» – «Imagino aquele de que ela falou» (O sentido muda, logo a primeira parece ser uma subordinada interrogativa.)

2) «Imagino do que gostas» – «Imagino aquilo de que gostas» (O sentido muda, logo a primeira parece ser uma subordinada interrogativa.)

3) *«Vi com quem você saiu ontem» – «Vi aquele com quem você saiu ontem» (O sentido permanece, logo a primeira subordinada, sendo uma relativa livre, não poderia estar preposicionada. Ter-se-ia então de transformá-la numa relativa com antecedente.)

4) *«Vi ontem de quem você gosta» – «Vi ontem aquele de que você gosta» (O sentido permanece, logo a relativa livre teria de ser transformada em relativa com antecedente. Exemplo igual ao anterior.)

5) «Eu conheço quem comprou os ingressos» – «Eu conheço aquele que comprou os ingressos» (O sentido permanece, logo, a primeira seria uma relativa livre.)

Grato.

Valdemar Andrade Magistrado do Ministério Público (jubilado) Coimbra, Portugal 5K

Na resposta à pergunta 15437 (relativa à palavra presidenta), escreve-se o seguinte:

«O facto de começar a haver dicionários que registam a palavra presidente alterando a terminação de -e em -a para diferenciar a forma do feminino apenas significa que esses dicionários resolveram registar um modismo, uma ocorrência sem suporte linguístico na morfologia actual.»

Ora sucede que já dicionários editados em 1944 (o de Augusto Moreno) e em 1953 (o de Cândido de Figueiredo) registam a palavra presidenta, o que mostra que não está a começar nos nossos dias (já na segunda década do século XXI) a aceitação daquela palavra.

Isso leva-me a perguntar: poderá ainda considerar-se um modismo uma palavra que já há 60/70 anos era recebida em dicionários?

Antecipadamente agradeço os esclarecimentos que me forem prestados.

Bruno Caldeira Engenheiro florestal Lisboa, Portugal 9K

Gostaria de saber se existem diferenças substanciais no entendimento entre as palavras mudanças e alterações, de forma a afirmar abusiva a tradução de «climate change» para «alterações climáticas», como normalmente o tema é tratado em português, em vez de «mudanças climáticas».

Luis A. Afonso Invesigador (reformado) Lisboa, Portugal 10K

Não se trata estritamente de português, mas de adequação do modo de expressão às contingências da realidade.

Eu conto.

Aconteceu que, indo o MacGyver acompanhado de uma competente guarda-florestal em passeio, julgo que no Canadá, eis senão quando se lhes deparam pegadas no chão húmido. Apreciada a profundidade das marcas, aparece na legenda do filme: são de urso, tem cerca de 363 kg.

Admirável acuidade, precisão extraordinária, digo eu, que sou um ignorante.

Afinal vim a apurar que apenas se pretendia dizer que o presuntivo animal deveria pesar aproximadamente 800 lb.

Poderia, por favor, Ciberdúvidas, tirar-se dos seus cuidados e informar os tradutores a martelo da estupidez, recorrente, de traduzir as unidades convertidas ao rigor de uma fiada de 3 algarismos significativos quando, no contexto, tal não é permissível — digo a reforçar, tal é absolutamente anedótico, risível?

Agradeço. Agradecemos todos — os poucos que ainda se batem por alguma qualidade na intocável, e cheia de soberba, comunicação social.

Carlos Andrade Reformado Santo Tirso, Portugal 4K

[...] [F]ico confundido com ditos na TV destes:

«O país está em dificuldade!»

Não seria melhor dizer «o país está com dificuldade»?

Penso assim porque nunca ouvi ninguém dizer que está «em dor de cabeça»!

Ainda hoje ouvi dizer «salários em atraso». Não seria mais correto dizer «salários atrasados»? Ou «em atrasos»? Salários é plural.

Também não me lembro de ning,uém dizer que os comboios estão «em atraso»! Mas, sim, «atrasados».

[...]

Se quiserem ter a bondade de me esclarecerem, ficaria muito reconhecido.

Muito obrigado e muitas felicidades.