Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: História da língua
José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 1K

Desejava saber se determinadas construções que têm baixa ocorrência na língua do povo, como, por exemplo, a mesóclise, continuam a fazer parte da língua materna desse mesmo povo.

[...] Precisava de uma bibliografia, no caso de haver linguistas que se contraponham à opinião de David Crystal presente no seu dicionário A Dictionary of Linguistics and Phonetics quanto à língua materna.

A meu ver, é uma loucura considerar-se como língua materna o repertório de usos e construções de uma criança de 5/6 anos.

 

Muito obrigado! 

Cistiano Moreira da Silva Professor Lambari, Brasil 2K

A palavra mamãe é formada por algum processo de formação? Se sim, qual, por favor?

Agradeço!

José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 1K

Há algum teste para identificarmos se o regime se prende com o nome ou com o adjetivo?

Nesta frase de Camilo Castelo Branco: «Não acho oportuna a ocasião para zombarias.»

Nesse exemplo, para é regime de oportuna ou de ocasião?

Se não houvesse o artigo a, portanto, se a frase de Camilo fosse: «Não acho oportuna ocasião para zombarias» – haveria mudança de interpretação quanto ao regime?

Muito obrigado pelo vosso excelente trabalho!

Argeu Pereira Funcionário público Rio de Janeiro, Brasil 1K

Um acordo vantajoso (adjetivo) é um acordo em que há vantagem (substantivo). Um acordo prejudicial (adjetivo) é um acordo que dá prejuízo (substantivo). Um acordo desleal (adjetivo) é um acordo em que há deslealdade (substantivo). Nesses exemplos temos um substantivo associado a um adjetivo correspondente. Por que não podemos fazer essa mesma associação para o sintagma "um acordo tácito"? Qual seria o substantivo associado ao adjetivo "tácito"?

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 2K

Considere-se a frase:

«É chegada a hora da partida.»

Qual a voz verbal desta oração? É possível existir voz passiva com verbo de ligação e intransitivo?

Obrigado

Amanda Fievet Marques Tradutora Campinas, Brasil 1K

Estou fazendo a tradução de um texto em língua francesa em que consta o vocabulário fol, variação arcaica de fou, o mesmo que louco.

Gostaria de saber, por favor, qual vocábulo em português arcaico designa «louco» ou «doido»?

Vera Carvalho Estudante Marinha Grande, Portugal 2K

Porque se definiu que a tradução escrita do prefixo pró, elemento de origem grega, se escreve acentuado em português?

Porque um acento vem mudar tanto a definição de um mesmo conjunto de três letras: pro e pró?

Grata.

Antonio Filipe Estudante Brasil 2K

Em Auto de Filodemo, de Luís de Camões, há uma passagem coloquial assim:

«Dionísa: Cuja será? Solina: Não sei certo cuja é.»

Em linguagem hodierna, seria mais comum ouvir/ler «de quem será?», «não sei certo de quem é».

Esse uso de cujo lembra-me o uso de cujus no latim:

Cujus filius Marcus est? («De quem Marcos é filho?»)

Em seu livro, Tradições Clássicas da Língua Portuguesa, o Padre Pedro Andrião diz ser possível tal uso e dá-nos uma lista grande de exemplos nos autores clássicos, desde Camões, Sá de Miranda, a Garrett, Camilo etc.

Pois então, vos pergunto, que recomendam? É lícito o uso?

Fernando Fernandes Professor Lisboa, Portugal 2K

Contacto-vos a propósito de uma questão que tem sido recorrente no âmbito da minha prática letiva. A propósito da evolução fonética, particularmente no processo de assimilação, tenho visto em alguns manuais ser usada como exemplo a evolução de ad sic para assim ou de ipse para esse, assumindo-se assim que, em ad sic o fonema /d/ evolui para /s/ e, em ipse, o mesmo se passa com o fonema /p/.

A minha questão é simples: tratando-se de evolução fonética – e de fonemas, portanto – não seria mais correto considerar-se que em ambos os casos ocorre uma síncope? A duplicação da consoante s advém, a meu ver, de uma convenção ortográfica, até porque, efetivamente, não pronunciamos o fonema /s/ duplicado.

Gostaria de saber a vossa opinião, que muito respeito, em relação a este tópico.

Grato pela vossa disponibilidade.

José António Souto Professor Santiago de Compostela, Galiza 6K

Existe algum argumento real para justificar que rainha, moinho ou buinho não levem acento, mas que o devamos colocar sobre faúlha, suíno ou raízes?

Ou então diga-se claramente que é uma exceção arbitrária que temos de seguir.