DÚVIDAS

O artigo indefinido arcaico ũa
Estou tendo problemas com a versão arcaica do português e gostava de saber se conhecem algum sítio ou dicionário que pudesse me ajudar. Minha história: Resolvi ler Os Lusíadas em uma versão original em vez de uma adaptada. Pensei que não seria grande problema, já que estou a estudar o português europeu há alguns meses. Engano meu. Um exemplo é a palavra ũa, que, de tão curta e tão simples, se torna muito impossível de pesquisar pelo Senhor Google ou seus semelhantes. Abraços e parabéns pelo projeto.
A etimologia das palavras do português
Estava eu estudando latim e percebi que alguns substantivos da língua portuguesa aparentam derivar sua forma não do nominativo, mas sim do ablativo, como em: pons, is, abl. ponTE; dens, is, abl. denTE; mons, is, abl. monTE; urbs, is, abl. urBE; avis, is, abl. avE; nox, is, abl. nocTE. Gostaria de saber como e por que causa se verifica essa aparente origem e também o porquê de nossa língua não ter declinações como o latim. Desde já agradeço-vos pela resposta e congratulo-vos pelo excelente trabalho de elucidar a língua nossa neste pantanoso terreno da Internet.
Sobre a palavra mendicar
No comentário abaixo que circula pela Internet aparece a palavra mendicar que parece não existir na língua portuguesa. Solicita-se a vossa opinião sobre o assunto. [Nota: por razões de economia de espaço, o texto apresentado pelo consulente foi reduzido à dimensão necessária para a compreensão da dúvida apresentada.] «Existe a palavra presidenta? Que tal colocarmos um basta no assunto? No português existem os particípios activos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio activo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio activo do verbo ser? O particípio activo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.»
Galego-português e galego medieval
Acabo de ler na Wikipédia a seguinte frase: «O galego-português (também chamado de galaico-português, proto-galego-português, português antigo, português arcaico, galego antigo, galego arcaico) foi a língua falada durante a Idade Média nas regiões de Portugal e da Galiza (Espanha).» Ouvi dizer que a língua galego-portuguesa medieval era denominada «galego» pelos seus falantes e que por isso a denominação correta do galego-português deveria ser «galego medieval». Gostaria de saber se dita afirmação tem algo de certo.
Acerca do relativo cujo
Certa vez li um artigo cujo autor expressou a opinião de que o pronome relativo cujo está na realidade com os dias contados, ou seja, previu-se a sua extinção para dentro em breve. De fato, pelo menos aqui no Brasil, quase ninguém o emprega na linguagem falada e, quando se usa na escrita, muitas vezes esse pronome está fora de propósito (sem função ou com função errada). Vendo o quadro por esse lado, realmente não existem boas perspectivas para a sobrevivência do cujo, o qual tende a sumir-se como tem acontecido à mesóclise. Parece-me que o cujo sofre da «síndrome de Filinto Elísio», que o empregava muito mal. Qual é, portanto, a vossa opinião? Credes também que o cujo não sobreviverá?
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa