É fácil com o `Word´ do `Windows´ conseguir a grafia do travessão. Na janela de inserir, clicar símbolos e procurar, nos vários tipos de letras, o travessão com o comprimento que nos interessa. Penso que a maioria dos programas permite um recurso deste género.
Se não for este o seu caso, dado que o teclado não tem o travessão, não vejo de facto outra solução, embora pouco canónica, senão o duplo hífen (mas com espaço antes do primeiro e depois do segundo hífen). Diz o povo que «Quem não tem cão caça com gato...»
Notar que o duplo hífen já é um signo frequente nesta nova era da escrita por computador. Acontece (por ignorância de utilizar convenientemente o programa) nas palavras unidas por hífen quando se duplica manualmente o hífen na translineação, e, depois, o conjunto aparece não dividido silabicamente no hífen, com nova formatação do texto. Ora, o signo novo não faz confusão, dado que neste caso não há espaços entre os hífen(e)s e os constituintes do composto. Quem usa o computador percebe logo o que aconteceu.
Havendo espaços antes e depois dos hífen(e)s, a ligação entre palavras deixa de se fazer, e o receptor estranha mas acaba por perceber que se trata de um símbolo de separação, o que é suficiente para uma mensagem (embora sem a qualidade formal imposta pelas normas), com as características indispensáveis para a transmissão da ideia. Quem usa o computador entende que se trata de um recurso para substituir um travessão que não se conseguiu digitar.
No fundo, será mais uma adaptação aos novos tempos, em que se sacrifica a perfeição formal (palavras até muitas vezes sem acentos) à incrível rapidez, quase infinidade de dados e multiplicidade de processos que nos permite agora a ferramenta mental da informática.
Cf. Emprego do hífen + O uso do hífen e do travessão
Ao seu dispor,