A construção apresentada não é incorreta.
O sintagma adjetival «totalmente impossível» evidencia uma construção no grau superlativo absoluto analítico. Este grau do adjetivo normalmente está presente em adjetivos escalares, ou seja, cujo significado pode ser modelado numa escala por meio das construções de grau.
Neste caso particular, associa-se o adjetivo impossível, que significa «que ou que não pode ser, existir ou acontecer» ou «que ou que é demasiado difícil de fazer ou conseguir»1, ao grau de superioridade absoluta por meio da junção do advérbio totalmente, que significa «de modo completo, pleno ou total»2. O recurso ao grau superlativo absoluto constitui, neste caso particular, um reforço do valor de impossibilidade expresso pelo adjetivo, que pode ser visto como uma construção de estilo, visto que há alguma sobreposição de sentidos entre o adjetivo e o advérbio, como refere o consulente. Não obstante, uma pequena pesquisa em base de dados textuais mostra a vitalidade da expressão e o seu uso em contexto diversificados.
Por outro lado, não se usa, de facto, a expressão «pouco impossível», mas assinalamos usos como «nada impossível» ou «quase impossível» que marcam uma expressão dos sentidos do adjetivo numa perspetiva escalar.