DÚVIDAS

Sobre «HIV/sida»

Como já devem ter reparado, é lugar-comum ouvir dizer em Portugal e nos países africanos de expressão oficial portuguesa «HIV/SIDA» em lugar de «VIH/SIDA», utilizando-se uma combinacão das siglas em inglês de «human immunodeficiency virus» (HIV) e a sigla em português de «Síndroma de Imunodeficiência Adquirida» (SIDA). Quanto a mim, os brasileiros são mais coerentes no caso em questão, na medida em que utilizam apenas as siglas inglesas e não uma mistura de siglas inglesas e portuguesas. Gostaria de ouvir a vossa opinião sobre o assunto.

Agradecimentos antecipados.

Resposta

Comecemos pela designação da síndrome de imunodeficiência adquirida. O acrónimo SIDA é francês e corresponde à expressão syndrome d'immuno-déficience acquis. Em francês é possível estabelecer a relação entre quatro letras (SIDA) e quatro palavras (syndrome d'immuno-déficience acquis). Contudo, em português europeu, talvez em virtude essa relação não ser tão exata [temos 4 letras (SIDA) para 3 palavras (síndrome de imunodeficiência adquirida)], o nome da doença já se encontra substantivado: sida

Quanto à coerência de HIV/SIDA, ou melhor, HIV/sida, é, de facto, recomendável que se usem ou só as formas inglesas (HIV/AIDS) ou só as formas portuguesas (VIH/sida). Relembro o desenvolvimento de cada sigla e acrónimo:
HIV: «Human immunodeficiency virus»
VIH: «vírus de imunodeficiência humana»
AIDS: «Acquired Immune Deficiency Syndrome»
SIDA: «síndrome de imunodeficiência adquirida» 

Assim, o que se deveria empregar é a forma «VIH/sida», pelo menos, em Portugal. 

[Dicionários consultados: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Oxford Advanced Learner´s Dictionary e Le Micro Robert – Dictionnaire d'aprentissage de la langue française.]

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