A estrutura correlativa constrói-se pelo uso de conectores correlatos, que se caracterizam por serem locuções que deixam em cada oração um elemento que sinaliza uma relação de interdependência, como acontece em (1), frase onde a segunda oração estabelece, por meio da locução conjuncional correlativa, uma relação de dependência semântica com a primeira, indicando que o sentido de uma está vinculado ao de outra:
(1) «Ele não só se atrasou como também não trouxe o computador.»
Poderemos considerar locuções correlativas pares como «ou ... ou». «ora ... ora», «quer ... quer», «não ... nem», que veiculam um valor de disjunção, ou pares como «não só ... mas também», «não só ... como também», «não apenas ... mas ainda», «nem … nem», que exprimem um valor de adição, entre outros.
Vários autores concluem que, do ponto de vista sintático, a correlação é um tipo de conexão entre orações estabelecido por estes elementos conectivos, que formam pares correlativos, situando-se cada elemento numa das orações1. Por essa razão, a correlação sintática entre oração não é estabelecida, à partida, apenas por uma conjunção que esteja presente em apenas uma das orações
Poderemos ainda falar de correlação lexical entre pares de palavras, como por exemplo «marido – mulher», «pai – filho» ou «ir – vir».
Na frase apresentada, a correlação não se estabelece a nível oracional. Não obstante, pode considerar-se que andar e caminhar são termos correlatos, na medida em que a sua significação está relacionada.
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