A – Ambas as frases estão correctas, mas pertencem a registos diferentes. A primeira é mais formal do que a segunda e corresponde exactamente às recomendações da norma relativamente à colocação do pronome quando temos uma expressão verbal que contenha um verbo no infinitivo;
B – Ambas estão certas, mas pertencem a variantes diferentes da língua portuguesa. A primeira corresponde à norma portuguesa; a segunda, em que o se não está ligado a irá, mas anteposto a tornar, equivale à norma brasileira, que coloca, regularmente, o pronome antes do verbo.
C e D – Correndo o risco de me tornar monótona, considero que em ambos os casos as duas frases estão correctas, embora não tenham exactamente o mesmo grau de formalidade. A expressão ter que, que está a ser, gradualmente, substituída por ter de corresponde a um registo um pouco mais formal.
A expressão de que introduz uma oração completiva integrante, a que alguns estudiosos chamam oblíqua por ser antecedida por uma preposição. Isso acontece:
a) com alguns verbos como convencer, aperceber-se, advertir, esquecer-se.
Convenceu-se de que estava certo;
Advertiu o amigo de que deveria sair dali.
b) com alguns substantivos como afirmação, mania, esperança:
A afirmação de que tudo estava bem sossegou-o.
c) com adjectivos como desejoso, esperançoso:
Estava desejoso de que tudo acabasse.
É impossível dar-lhe a lista completa de todos os casos em que a expressão em apreço pode ocorrer. Sempre que tiver dúvidas consulte um dicionário de verbos que contenha a regência verbal, como acontece com o da Porto Editora, ou outros dicionários de regências. Os que conheço relativos à variante europeia da língua portuguesa são:
Vocabulário – Regime Preposicional de Verbos, da Didáctica Editora, Lisboa;
Guia Prático de Verbos com Preposições, Lidel (há edições anteriores da editora Fim de Século), Lisboa.
O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa contém informações preciosas nesta área, quer de forma explícita quer através dos exemplos que utiliza.
Para os casos em que a frase completiva ou integrante depende de um nome ou de um adjectivo, para além do dicionário da Academia das Ciências de Lisboa poderá recorrer ao Dicionário Prático de Substantivos e Adjectivos com os Regimes Preposicionais, Fim de Século.