A expressão «quanta vez» é equivalente a «quantas vezes» e assinala a repetição de uma situação tomada na sua singularidade. A utilização desta expressão no singular não será tão frequente quanto a da expressão no plural. Não obstante, a partir de uma pesquisa no Corpus do Português, de Mark Davies, é possível assinalar o seu uso em obras literárias, associada a frases exclamativas:
(1) «Ah, quanta vez, na hora suave/ Em que me esqueço ,/ Vejo passar um voo de ave/ E me entristeço!» (Fernando Pessoa, Arquivo Pessoa)
(2) «Quanta vez seus mestres dos mistérios sagrados sacerdotes, todos eles, da mais alta cultura e reconhecida virtude - lhe tinham ensinado a santa doutrina, os mandamentos supremos...!» (José Régio, Os avisos do Destino)
(3) «Ai, quanta vez então dentro em meu peito/ Vago terror penetra, como um raio» (Machado de Assis, Falenas)
Repare-se ainda que quanto/a pode surgir em outras expressões, também singulares:
(4) «Quanta felicidade!»
(5) «Quanto cansaço!»
Disponha sempre!