O determinante relativo cujo (cf. Dicionário Terminológico) pode ser precedido de preposição, como os pronomes relativos.
Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984, pág. 350), abonam a inclusão de cujo em grupos preposicionais, isto é, constituintes frásicos introduzidos por preposição (manteve-se a ortografia do original consultado; sublinhado nosso):
1. «Herculano é para mim, nas letras, depois de Camões, a figura em cujo espírito e em cuja obra sinto com plenitude o génio heroico de Portugal.»
Também na Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, pág. 2099) se observa que cujo ocorre em constituintes introduzidos por preposições:
«O constituinte relativo que contém cujo pode ter funções sintáticas diversas na oração relativa:
(81) a. Encontrei um rapaz cujas primas são minhas alunas. [sujeito]
b. O meu gato, cujo nariz o irmão arranhou, está doente. [complemento direto]
c. Turim é uma cidade de cuja arquitetura barroca gostei muito. [complemento oblíquo]
d. O meu casaco, em cuja lapela entornei uma chávena de café, fiou estragado. [adjunto adverbial locativo] [...].»
Como se verifica pelos exemplos c e d da citação, cujo participa de grupos preposicionais (respetivamente, «de cuja arquitetura» e «em cuja lapela»).
Em conclusão, «para cuja nova edição» é um constituinte relativo correto, que faz parte do grupo verbal «[para cuja nova edição] escreveu um prefácio» e o modifica («... escreveu um prefácio para uma nova edição de...»).