Em sintaxe, é possível decompor os constituintes de uma frase em árvore, de forma, digamos, hierarquizada, partindo da frase no seu todo e identificando os diversos grupos, ou sintagmas, em nós sucessivos e descendentes, até chegar à palavra. A última posição, ou a mais baixa, na árvore é a posição sintáctica terminal. Se a sua gramática faz referências deste tipo, também tem esquemas de frases em árvore que lhe vão permitir visualizar uma estrutura de difícil representação aqui.
Há, em português, como noutras línguas, palavras cujo sentido varia dependendo da frase em que ocorrem, ou seja, do contexto linguístico. Vejamos, por exemplo, as frases:
1 – «Deixa-me em paz!
2 – «Ela deixou o filho na creche.»
3 – «Ela deixou o filho ir ao cinema.»
Repare que, nas três frases, o verbo deixar não tem exactamente o mesmo sentido. Em 1, poderá ser algo do tipo «não me importunes»; em 2, «entregou, colocou à guarda de», e em 3, «permitiu». Da investigação que fiz, creio poder dizer que o que acabo de fazer é uma interpretação semântica composicional, ou seja, estou a atribuir a uma dada palavra o sentido que me parece adequado, tendo em conta a composição das frases em que essa palavra ocorre.