O verbo parecer é um verbo copulativo e, como tal, não é considerado um verbo transitivo – pelo menos de acordo com o Dicionário Terminológico (para apoio do ensino básico básico e secundário em Portugal). Quando o verbo em apreço ocorre com o pronome lhe, mantém-se a sua classificação de verbo copulativo.
A isso mesmo faz referência a Gramática do Português da Fundação Calouste Gulbenkian (2013, p. 1313), quando o descreve como verbo copulativo:
«Parecer, como verbo de cópula, tem um sentido muito próximo, se não idêntico ao do seu homólogo pleno, denotando crença numa situação construída com base numa evidência percetual, ou simplesmente obtida a partir de terceiros; essa crença, no entanto, não é forte; ou seja, o uso de parecer veicula um certo grau de incerteza na atribuição da propriedade ou do estado à entidade repreentada pelo sujeito. Este verbo pode combinar-se com um pronome dativo, que representa o experienciador da crença (cf. a Maria parece-lhe doente); neste caso, o falante assere [afirma] que um determinado indivíduo, designado pelo pronome, atribui de forma não categórica uma propriedade ou um estado do sujeito (a Maria estar doente, na frase dada como exemplo). Em alternativa, o verbo pode ser usado sem complemento indireto (cf. a Maria parece doente), significando, nesse caso, que o experienciador da crença é o próprio falante.»
Em suma, apesar de parecer poder ser usado com um complemento indireto, este facto não faz com que o verbo seja classificado como transitivo. Trata-se, portanto, de um verbo copulativo que tem um complemento indireto de ocorrência não obrigatória.