A primeira frase — «O Rui nem ligou nem deixou recado» — é formada por duas orações coordenadas disjuntivas, pois as conjunções coordenativas correlativas «nem... nem» «precedem cada um dos elementos coordenados» (Dicionário Terminológico).
Já na segunda frase — «Não comi cerejas nem ameixas» —, estamos perante orações coordenadas copulativas, porque, neste caso, nem é uma conjunção coordenativa copulativa, significando «e não». Não se trata, portanto, de orações coordenadas disjuntivas, porque não estão ligadas «através de conjunção coordenativa que exprime um valor de alternativa face ao que é expresso pela oração com que se combina» (idem), o que só seria possível com a ocorrência da estrutura correlativa «nem... nem».
N. E. (26/04/2016) – A primeira frase foi corrigida: onde lia «duas orações coordenadas disjuntivas (ou correlativas)» passou a ler-se «duas orações coordenadas disjuntivas». Note-se que a expressão correlativa disjuntiva «nem... nem» é interpretável quer como disjuntiva quer como copulativa, podendo, portanto, substituir «não... nem...»: «... o operador de negação "não" e o coordenador "nem" [...] podem ser livremente substituídas por frases em que se empregue o operador descontínuo "nem... nem". Do ponto de vista da sua semântica, este operador pode ser interpretado tanto copulativamente como disjuntivamente.» (João A. Peres e Telmo Móia, Áreas Críticas da Língua Portuguesa, Lisboa, Editorial Caminho, 1995, p. 374.