A inclusão da preposição de é opcional, quando o nome classificador da instituição ou serviço (e das respetivas instalações – geralmente um edifício) é identificado por um nome próprio de pessoa. Diz-se e escreve-se corretamente «Hospital Egas Moniz», mas também é legítima a denominação «Hospital de Egas Moniz», que é, aliás, a forma por que este equipamento se apresenta em páginas oficiais da Internet.
A questão da presença ou omissão da preposição em nomes de arruamentos e instalações a que se associam nomes próprios suscitou alguma discussão em Portugal, entre os gramáticos de tradição prescritiva, sobretudo durante a primeira metade do século XX. É o caso de Vasco Botelho de Amaral (1912-1980), que, focando os nomes de ruas, dedicou ao tema dois artigos importantes no Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas do Idioma Português (1958). Com bons argumentos e apoiado noutros autores da gramática prescritiva, Botelho de Amaral aceitava como corretas ambas as construções – com e sem preposição –, observando [ibidem, s.v. "De (sua omissão)"; mantém-se a ortografia do original]:
«Tem-se discutido muito sobre como será melhor escrever: Rua Luís de Camões, ou Rua de Luís de Camões. A prática da supressão do conectivo de está muito divulgada, sobretudo quando o substantivo determinante é nome de rua, praça, largo, avenida, livraria, escola, colégio, liceu, teatro, hotel, pensão, café, etc. [...]
O autor apoia-se no funcionamento do latim, língua em se associava ao classificador (rio, cidade, terra) o nome próprio como aposto, ocorrendo os dois termos no mesmo caso gramatical: dizia-se, portanto, urbs Roma, literalmente «cidade Roma», e não urbs Romae, literalmente «cidade de Roma» (com Romae no caso genItivo). Daqui Botelho de Amaral conclui que «[...] se em latim existem construções em que os nomes das cidades, rios, províncias são empregados como apostos (e não como genitivos), não será talvez impróprio do português o uso de nomes de ruas, escolas, etc. apositivamente, sem expressão de partícula, a qual viria a corresponder ao genitivo, e não ao nominativo.» Vasco Botelho de Amaral refere depois outros gramáticos e atestações de uso em textos literários, que evidenciam casos de omissão da preposição ao longo da história da língua, para chegar à seguinte consideração final: «[...] actualmente é o uso que determina a omissão da partícula [de], em locuções como Rua Luís de Camões, ou Rua de Luís de Camões.»
O caso de Hospital de Egas Moniz será, portanto, igual ao de Rua de Luís de Camões: pode omitir-se sempre a preposição.