1. Rua de D. Pedro V é designação abonada em Portugal por autores como Rebelo Gonçalves ("Tratado Ortográfico" de 1947).
À margem desses gramáticos, podemos verificar que, com adjectivo, a coisa denominada dispensa preposição (Rua Direita, Colégio Moderno); com substantivo, pede-a (Rua do Prior, Estádio da Luz). O uso, no entanto, já simplificou a designação, quando se trata de certos dignitários, geralmente laicos: ninguém diz Rua de D. Pedro V, Liceu de Camões ou Estádio de José Alvalade. Mas, com nomes ligados à religião, continua-se a dizer: Hospital de Santa Maria, Igreja do Santo Condestável, Bairro do Padre Cruz.
2. O critério do emprego de maiúsculas, na língua portuguesa, carece de simplificação – que lhe poderá ser dada pelo novo acordo ortográfico (quando entrar em vigor nos sete países subscritores). Este acordo, na verdade, estabelece como opcional o emprego de maiúsculas nos nomes comuns (rua) ligados a nomes próprios (D. Pedro V).
Por enquanto, o que está determinado é que se escreva com maiúscula o nome da via e do logradouro público, como Bairro de Santa Cruz, Rua Direita, Largo do Castelo, Escadinhas do Duque, Jardim Botânico. Em obras literárias contemporâneas, assim como nos jornais, existe nestes casos a tendência para empregar minúscula no nome comum.
A justificação para que se escrevam com iniciais maiúsculas, segundo Rebelo Gonçalves, é o facto de os «nomes designativos de vias e logradouros públicos» fazerem «parte integrante das locuções onomásticas a que pertencem».