O uso mais correto, no sentido de ser recorrente em autores oitocentistas e anteriores, bem como por ter registo, por exemplo, no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves, é o uso sem artigo definido: «canal de Suez», «istmo de Suez».
Uma fonte brasileira, o Dicionário Houaiss (s. v. suezense), também só regista o uso sem artigo definido.
Contudo, em textos portugueses do século XX (e até mesmo de finais do século XIX), nota-se que se tornou corrente o uso com artigo definido – «Canal do Suez». É curioso observar que, na entrada do artigo que a Infopédia dedica ao canal de Suez, a forma apresentada não tem artigo definido – «Canal de Suez». No entanto, no corpo do artigo ocorre «ao Suez», com artigo definido.
Pode, portanto, concluir-se que, em Portugal, se tende a empregar o nome "Suez" com artigo definido. Trata-se, no entanto, de uso historicamente tardio, talvez analógico de «Canal do Panamá», expressão que inclui Panamá, topónimo com artigo associado («o Panamá»). No entanto, não foi aqui possível achar informação confirmativa desta suposição.
Em suma, apesar do uso com artigo definido estar enraizado, não será descabido recomendar a reposição do uso sem artigo definido, tal como se lê em textos de Eça de Queirós. Ou seja, a opção pela forma «o Suez» encontra apoio na força do uso, mas a ausência de artigo é mais antiga e mantém legitimidade indiscutível em qualquer variedade da língua portuguesa.