O sufixo -elo, que permite a formação de diminutivos, foi especialmente produtivo na Idade Média, sobretudo na primeira fase da Reconquista, o que explica que seja frequente nas Beiras e no Norte de Portugal e se torne mais raro nas regiões a sul. Sobre este sufixo, transcrevo o verbete correspondente à entrada -elo do Dicionário Houaiss:
«como dim[inutivo], do lat. -ellu-, em vocábulos do nosso vulg[ar] ou em termos cultos ou científicos em que esse dim[inutivo] é tanto us[ado]. para a função diminutiva mesmo quanto para indicar outra coisa, afim da normal: brocatelo, butelo, carpelo, castelo, chichelo, colunelo, cuitelo/cutelo, doidelo/doudelo, escutelo, farelo, flabelo, flagelo, fuselo, labelo, libelo, magrelo, mezanelo, nigelo, ocelo, orbitelo, pinguelo, pontarelo, saltarelo, vitelo; há formas, entretanto, que são com a tônica fechada por arbítrio da convergência fonética: armazelo, cabedelo, campelo, capelo, cerebelo, corvelo, cotovelo, donzelo, lombelo, ourelo.»
Observe-se, contudo, que o sufixo latino -ellus também perdurou na toponímia do Centro e do Sul de Portugal sob a forma -el, provavelmente de origem moçárabe, ou seja, de origem românica não galego-portuguesa; p. ex.: Pinhel (Guarda), Espichel (Setúbal), Portel (Évora), Ervidel (Beja).