O verbo "shipar" é um aportuguesamento parcial de to ship, adaptado à conjugação verbal da língua (ex.: «eu shipo», «tu shipas», «ele shipa»). Mantém o significado original, que é «torcer por um casal» ou «desejar que duas pessoas ou personagens formem um relacionamento amoroso».
Em inglês, chega-se a to ship, de acordo com informação disponível na Wikipédia, a partir de relationshipper. Este termo foi criado por fãs de The X-Files nos anos 1990 para designar aqueles que acreditavam que os protagonistas Fox Mulder e Dana Scully deveriam envolver-se romanticamente. Posteriormente, foi abreviado para shipper, tornando-se amplamente utilizado entre fãs. Já a forma verbal to ship, que significa apoiar ou torcer por um relacionamento, foi registada pela primeira vez em 1998, conforme o Oxford English Dictionary.
Note-se que o verbo, em português, ainda não se encontra atestado nos dicionários, mas é muito utilizado pela Geração Z.
Uma outra questão que importa aqui levantar é a grafia de "shipar". Acontece que esta pode levantar problemas, porque só derivados de nomes próprios podem manter a grafia estrangeira no radical (veja-se o que determina o Acordo Ortográfico de 1990). Por isso, uma grafia mais aportuguesada poderia ser "chipar", mas esta tem a desvantagem de se confundir com chipar, «pôr chipe». Outra possibilidade será "xipar", que tem um aspeto estranho e dificilmente evoca a origem inglesa do termo. Uma terceira solução será encontrar um termo com tradição em português, o que não é tarefa óbvia. Poderia pensar-se num neologismo como "acasamentar", mas, por enquanto, é cedo para propor alternativas vernáculas, até porque "shipar" é termo relativamente recente, sem garantias de se fixar nos usos do português.