A forma gramaticalmente correta é nórdico-africanos, em referência, por exemplo, a uma reunião entre nórdicos e africanos, como atesta a seguinte frase:
«O ministro das Relações Exteriores, Georges Rebelo Pinto Chikoti, desloca-se, dia 26 do corrente mês, a Oslo, Reino da Noruega, para participar na Reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros Nórdico-Africanos» (Angola na reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros Nórdico-Africanos, Angop – Agência Angola Press, 24/05/2016).
Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo (Figueirinhas, 2002), de Celso Cunha e Lindley Cintra, a regra geral de formação do plural dos adjetivos compostos preceitua que «apenas o último elemento receb[a] a forma do plural» (pág. 253). Exceções de nota incluem surdo-mudo, a que corresponde o plural surdos-mudos, e adjetivos referentes a cores cujo segundo elemento é um substantivo, que são invariáveis, como mostra o exemplo «blusas vermelho-sangue» (colhido da obra de Cunha e Cintra, pág. 253).
Quanto ao significado da expressão em apreço, importa referir que, para designar um conjunto de ministros provenientes do Norte de África, a expressão apropriada é «ministros norte-africanos». O adjetivo nórdico remete exclusivamente para as regiões e habitantes do Norte da Europa (cf. Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa, 2001), pelo que, a rigor, um conjunto de «ministros nórdico-africanos» é equivalente a um conjunto de ministros com alguma ligação (genética, cultural) a África e, em simultâneo, ao Norte da Europa; se não for este o caso e se tivermos um conjunto formado tanto por ministros provenientes de África como por ministros provenientes do Norte da Europa, a expressão que inequivocamente os designa é «ministros nórdicos e africanos». Uma terceira situação será a de considerar o encontro ou a reunião de tais ministros, que têm as duas proveniências; sendo assim, diz-se e escreve-se adequadamente «reunião nórdico-africana».