Nas línguas naturais, o tempo costuma ser interpretado metaforicamente como espaço, o que permite legitimar a expressão «no espaço de um mês». Este uso encontra-se em português, pelo menos, desde o século XVI; e, no século XIX, Almeida Garrett não o rejeitava ao escrever em Viagens na Minha Terra (citado pelo Corpus do Português, de Mike Davies e Michael Ferreira): «Naquele mesmo camarim junto à devota relíquia se conservaram, por espaço de cinco ou seis anos, se bem me recordo do que o bom do pároco nos contou, os restos mortais da senhora infanta D. Maria da Assunção, que falecera em Santarém nos últimos meses da ocupação daquela vila pelas forças realistas.»
Mesmo assim, os mais ciosos da coerência da expressão e da sua congruência com a realidade poderão sempre usar outras expressões: «no intervalo de um mês», «no período de um mês».