Se nos fixarmos nos significados, verificamos que o termo mundo designa «Universo», «parte do Universo e os seres que nele habitam», «Terra», «género humano», «planeta ou sistema de planetas; «cada um dos dois grandes continentes: o antigo e o novo; multidão» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2010), «totalidade de astros e planetas», «o firmamento», «raça humana», «humanidade» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2009).
Perante estas definições — e, apesar de o nome mundo se encontrar classificado como nome coletivo [«conjunto do espaço, corpos e seres que a vista humana pode alcançar»] por Luiz Autuori e Oswlado Proença Gomes, no capítulo «Coletivos», de Nos Garimpos da Linguagem (Liv. São José, 1959) —, temos algumas restrições em o enquadrar nesse tipo de nome, uma vez que não corresponde a um «conjunto de objetos ou entidades do mesmo tipo» (Dicionário Terminológico) nem a um «substantivo que, no singular, designa um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 178).
Repare-se que um nome que designa «parte do Universo e os seres que nele habitam» ou «totalidade de astros e planetas» não representa «um dado conjunto que são uma parte plural encarada como um elemento [companhia, rebanho, equipa...]» (Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, pp. 233-234), razão pela qual não se pode considerar, com segurança, como um nome coletivo.