Em todos os casos que apresenta, o grupo preposicional é um modificador restritivo do nome.
Tal como os verbos, os nomes e os adjetivos podem selecionar complementos, que são grupos preposicionais. Essa subcategorização de um complemento faz parte do conhecimento interiorizado que temos do léxico. Assim, acerca da palavra medo, além de sabermos o seu significado e a sua forma fónica (como se diz), sabemos também que subcategoriza um complemento: «(medo) de alguma coisa/de alguém». Pode acontecer que numa frase esse complemento não se realize: «O medo é um sentimento muito generalizado.» Portanto, não é apenas a (im)possibilidade de supressão de um constituinte que nos mostra que se trata de um complemento ou de um modificador, sobretudo nos nomes em que a sua supressão não resulta frequentemente em agramaticalidade da frase.
As palavras livro, região ou cidade não subcategorizam nenhum complemento, mas frequentemente têm de ser seguidas de um grupo preposicional para construir a referência do grupo nominal e que são, portanto, modificadores restritivos do nome.
Chamo a atenção para o facto de não ser o contexto extralinguístico que altera a função sintática que alguns constituintes da frase podem ter, mas, sim, o contexto sintático.