Nas fontes a que tive acesso, não encontrei a génese factual das expressões em apreço. Sobre a primeira, resultado da associação de mariquinhas, «indivíduo efeminado, medroso», e pé de salsa (antes do Acordo Ortográfico de 1990, pé-de-salsa) «efeminado» (cf. Orlando Neves, Dicionário de Expressões Correntes, Diário de Notícias, 2000), é plausível que as palavras constituintes tenham valor metonímico (maricas, do hipocorístico Marica, de Maria, como o mesmo que mulher, dada a grande frequência do referido antropónimo) e metafórico (pé de salsa, como alusão à noção de «delicadeza»), aos quais se associam conotações depreciativas, que assentam em estereótipos sobre a masculinidade e a feminilidade (como se fosse dito: «um homem não deve ser medroso, porque isso é próprio das mulheres»).
Quanto a «pobre diabo», não é de excluir a possibilidade de a expressão ter entrado no português por via do francês «pauvre diable», locução nominal que não deveria ser infrequente nos livros que no século XIX a França exportava para todo o mundo, incluindo o Brasil e Portugal (com as suas colónias).