A gramática tradicional classifica década(s) como um numeral coletivo, justificandotal classificação do seguinte modo: «Assim se denominam certos numerais que, como os substantivos coletivos, designam um conjunto de pessoas ou coisas. Caraterizam-se, no entanto, por denotarem o número de seres rigorosamente exato. É o caso de novena, dezena, década, dúzia, centena, cento, lustro, milhar, milheiro, par» (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 368).
Ora, segundo a atual terminologia linguística, todo o «quantificador que expressa uma quantidade numérica inteira precisa (numeral cardinal), um múltiplo de uma quantidade (numeral multiplicativo) ou uma fração precisa de uma quantidade (numeral fracionário) é um quantificador numeral (Dicionário Terminológico).
Por sua vez, João Peres e Telmo Móia, em Áreas Críticas da Língua Portuguesa (Lisboa, Caminho, 1995, pp. 470-471), ao analisarem o caso de milhar, milhão e dezena, consideram que tais palavras — «tradicionalmente classificadas como numerais — são morfologicamente de tipo nominal. De facto, do ponto de vista semântico, servem para exprimir quantidades absolutas, razão pela qual correspondem a quantificadores de contagem».