Pode ter um valor causal, pois a partícula que é substituível pela conjunção porque, ficando a frase com o mesmo sentido: «Penso, aliás, que tal intervenção terá de dispor de outras alternativas para além das atualmente existentes, porque não são eficazes». Trata-se de uma oração subordinada adverbial causal*.
Não obstante, poderá, igualmente, ter um valor explicativo: «Penso, aliás, que tal intervenção terá de dispor de outras alternativas para além das atualmente existentes, que não são eficazes», sendo a oração «que não são eficazes» uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa**. Estas, geralmente, são antecedidas pelo pronome relativo «que» e estão entre vírgulas. Para melhor se compreender o que se afirma, poderemos inverter a frase: «Para além das alternativas existentes, que não são eficazes, penso, aliás, que tal intervenção terá de dispor de outras alternativas.». De notar que a oração «que não são eficazes» poderá ser substituída por «ineficazes», um adjetivo. Assim, depende do autor do enunciado desejar dar-lhe um valor causal ou explicativo.
`«A oração causal exprime a razão, o motivo ou o que dá lugar a um facto: É um sábio, porque estudou muito. A oração causal pode equivaler a uma forma infinita: As estrelas parecem pequenas, porque estão muito distantes [= por estarem, etc.]. Obs. : a causa pode também exprimir-se por uma oração adjetiva: Este aluno que estuda sempre as suas lições deve fazer boa figura nas aulas», J. M. Nunes de Figueiredo e A. Gomes Ferreira. Compêndio de Gramática Portuguesa, Porto Editora, 2ª. edição, 1973, pág. 35.
** As orações subordinadas relativas explicativas «são sempre separadas por vírgulas:
Meu primo, que é médico, tem opinião contrária.
A Lua, que ilumina a Terra, é um [satélite].», J. M. Nunes de Figueiredo e A. Gomes Ferreira, Compêndio de Gramática Portuguesa, Porto Editora, 2ª. edição,1973, pág. 34.