Devia haver uma comissão estatal de portugueses e brasileiros para estudar e resolver determinados assuntos da Língua Portuguesa com vista a maior uniformidade. Este seria um deles. Vejamos então:
1. – Frases A) e B)
a) Quando proferimos a frase em questão, visualizamos apenas um aluno entre cem, embora este grupo possa ter várias centenas. Por isso, somos levados a pronunciar a frase B) [«1% dos alunos saiu da sala»].
b) Se modificarmos a ordem das palavras, somos levados a empregar o verbo no singular, preferindo, assim, a frase B):
Dos alunos, 1% saiu da sala.
Da sala, saiu 1% dos alunos.
Saiu da sala 1% dos alunos (e não saíram).
Se introduzirmos o advérbio apenas, acontece o mesmo:
Da sala apenas saiu 1% dos alunos.
Reparemos nesta frase, diferente mas que ajuda:
Dos alunos, esse 1% que saiu da sala não interessa.
A nossa atenção fixa-se no n.º 1 (1%). Por isso, sentimo-nos inclinados a dizer a frase.
Parece, pois, ser esta a que devemos preferir.
2. – Frases C) e D)
É claro que nos parece correcta a frase C) [«20% da turma saiu da sala»], porque fixamos a atenção na palavra turma, singular.
Mas o que é certo é que o sujeito é sempre plural (ao contrário das frases A) e B), que podem ser ou não ser um plural).
Mas se introduzirmos o artigo definido os, somos induzidos a empregar o verbo no plural:
Os 20% da turma saíram da sala.
É certo que a frase não é verdadeiramente a mesma, mas... mas o sujeito é o mesmo – é plural.
Na frase C), temos a concordância por atracção (com turma). Na frase D) [«20% da turma saíram da sala»], temos a concordância lógica: com um sujeito plural – 20%.
Devemos preferir a concordância lógica.
3. – Frases E) e F)
Devemos preferir a frase E) [«A turma toda discordou. Mas só 20% saíram»], com o predicado saíram, porque o sujeito é plural: 20%.
4. – Frases G) e H)
Devemos preferir a frase G) [«Todos os alunos discordaram. Mas só 1% saiu»] por dois motivos:
a) Porque seja qual for o número de alunos, visualizamos, normalmente, um aluno num conjunto de cem.
b) Porque 1% nem sempre é mais de um.
O que dizemos não faz lei, porque o Ciberdúvidas não tem poderes conferidos por lei. O que dizemos é apenas uma opinião.