Para já, é preciso ter em conta que o grafema <m> representa em início de sílaba uma consoante nasal que é labial como os sons associados às letras <p> e <b>: mar, par, bar. O grafema <n> corresponde a um som nasal que é dental como os sons de <t> e <d>: cena, seta, seda.
Por outro lado, <m> e <n> ocorrem também nas palavras para marcar o traço de nasalidade de certas vogais, de acordo com as seguintes regras:
1. Se há uma vogal nasal antes de <p> ou <b>, escreve-se geralmente <m>: campo, tambor.
2. Antes de qualquer outra letra consonântica, diferente de <p> e <b>, escreve-se geralmente <n>: ponte, onde, ganso, anzol, ancinho, anjo, cinco, longo, enfarte, invadir.
Sucede que, em português, é rara a necessidade de representar graficamente uma vogal nasal a preceder <m> ou <n>. Mas, quando isso acontece, que fazer? Sabendo que, em início de sílaba, <m> representa um som que tem o mesmo ponto de articulação que os de <p> e <b>, podem-se definir os seguintes critérios:
A. O grafema <m> é usado antes das letras que representam sons labiais, que são grafados como <p>, <b> e <m>. Então, antes de <m>, o grafema a utilizar só pode ser <m>: comummente.1
B. O grafema <n> ocorre antes de todas as outras letras, incluindo <n>. Então, antes de <n>, o grafema adequado à representação da nasalidade é <n>: connosco.
Acresce que no Brasil se escreve conosco, porque as vogais que antecedem os sons nasais em início de sílaba já têm foneticamente um certo grau de nasalidade: cama, pano. No português europeu, a nasalidade das vogais nessa posição é menor; daí a necessidade da sequência <nn> para assim indicar que a vogal da primeira sílaba é nasal: [kõnoʃku].
1 Há também critérios morfológicos para a distribuição de certos grafemas e diacríticos. Assim, na morfologia derivacional, mantém-se a grafia da base: comum + mente = comummente; irmã + mente = irmãmente.