Estamos perante um problema de concordância em frases designadas por alguns gramáticos construções de foco. Observem-se os seguintes exemplos:1
(1) «A biblioteca precisa de livros novos.»
(2) «É de livros novos que a biblioteca precisa.»
(3) «Do que a biblioteca precisa é de livros novos.»
(4) *«São de livros novos que a biblioteca precisa.»
(5) *«Do que a biblioteca precisa são de livros novos.»
A agramaticalidade dos exemplos (4) e (5) decorre do facto de a expressão nominal livros novos ser introduzida pela preposição de, não podendo por isso desempenhar a função de sujeito da estrutura. Se assim não fosse, a concordância em número seria legítima, isto é, em presença do verbo ser, mas sem qualquer preposição:
(6) «O que a biblioteca solicita são livros novos.»
Comparem-se agora as seguintes construções de foco introduzidas por outras preposições:
(7) «O Joãozinho telefona aos avós regularmente.»
(8) «É aos avós que o Joãozinho telefona.»
(9) *«São aos avós que o Joãozinho telefona.»
(10) «O árbitro conversou com os treinadores no intervalo do jogo.»
(11) «Foi com os treinadores que o árbitro conversou.»
(12) *«Foram com os treinadores que o árbitro conversou.»
Em conclusão, o verbo ser deverá ocorrer sempre no singular neste tipo de construções introduzidas por uma preposição.
Por conseguinte, a frase correcta é: «Do que precisamos é de decisões atempadas e informadas por parte do responsável.»
1 O asterisco indica que a frase é agramatical (não correcta).