Estamos perante um tipo de estruturas designadas por construções de foco.
Dizem os especialistas desta matéria que, se o verbo tiver um complemento preposicionado, a preposição deve ocorrer duas vezes. Vejam-se outros exemplos, com outras preposições:
(1) «A quem eu telefonei foi ao João.»
(2) *«A quem eu telefonei foi o João.»
(3) *«Quem eu telefonei foi ao João.»
(4) «Com quem eu falei foi com o João.»
(5) *«Com quem eu falei foi o João.»
(6) *«Quem eu falei foi com o João.»
(7) «Em quem eu confio é no João.»
(8) *«Em quem eu confio é o João.»
(9) *«Quem eu confio é no João.»
Contudo, o verbo precisar é um dos poucos verbos que podem ser usados com complemento preposicionado ou com complemento directo: «A biblioteca precisa (de) livros novos.»
Por esta razão, teoricamente são possíveis as duas construções simétricas, isto é, com preposição nas duas posições ou sem qualquer preposição nas duas posições:
(10) «Do que a biblioteca precisa é de livros novos.»
(11) «O que a biblioteca precisa são livros novos.»
Nota: o asterisco indica que a frase é agramatical.