Podem usar-se as duas formas, independentemente de uma poder constituir forma regional.
Um uso regional não é, por definição, um erro. Mas, no caso em apreço, é duvidoso que «grão de arroz» seja expressão característica do norte de Portugal. Na verdade, «grão de arroz» ocorre, por exemplo, num conhecido fado de 1952, "Grão de arroz", cantado por Amália Rodrigues, com música e letra de José Belo Marques (1898-1987):
(1) «O meu amor é pequenino como um grão de arroz,/É tão discreto que ninguém sabe onde mora.»
Convém registar que Belo Marques não era natural do norte de Portugal, mas, sim, de Leiria, ou seja, do centro do país. Pode ainda supor-se algum contacto mais prolongado do compositor português com os falares setentrionais portugueses, mas, sobre tal possibildiade, são omissas as fontes consultadas a respeito da biografia de Belo Marques.
Talvez a pergunta seja feita na perspetiva de alguém que vive em Lisboa ou mais a sul, condição que pode explicar que se considere Leiria já no norte, muito embora a geografia o desminta. Seja como for, não é certo que «grão de arroz» seja uma expressão nortenha, parecendo muito mais uma alternativa a «bago de arroz».
Observe-se, por último que bago é um nome masculino formado com base em baga, palavra proveniente do latim bacca, ae «fruto miúdo; bola; tudo o que tem ou lembra a forma de uma baga» (cf. Dicionário Houaiss).