Consideramos que o enunciado «Assim é que há de dizer para se esquivar de dar o lombo ao abade!» corresponde a um ato assertivo direto, em que o «locutor compromete a sua responsabilidade sobre a existência de um estado de coisas e sobre a verdade da proposição anunciada» (Dicionário Terminológico). Indiretamente, o locutor realiza um ato diretivo indireto, projetando uma asserção do futuro ao usar «há de» – o verbo haver seguido da preposição de serve para construir a forma composta ou perifrástica de futuro.
Ora, para considerarmos este enunciado um ato ilocutório declarativo, como é sugerido nas soluções do manual consultado pela consulente, «o locutor, mediante a realização com êxito do seu ato de fala», iria modificar «o estado de coisas do mundo ou criar um novo estado de coisas (batismos, casamentos, nomeações, demissões, condenações, etc.)» (idem), e a realidade é que não estamos perante esse caso.