Se se trata de um caso que permite duas pronúncias, decerto que poderá ser classificado tendo em conta essa realidade.
Uma vez que se encontra no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, na transcrição fonética da conjunção como, o registo de duas pronúncias — [komu, kumu] —, isso significa que são legítimas as duas formas de pronunciar a mesma palavra.
Portanto, se a professora (natural do Porto) distingue a pronúncia da conjunção (porque deve utilizar Kumu) da da forma verbal como [komu], é natural que classifique as duas palavras como homógrafas.
Por sua vez, também é correta a classificação proposta pela consulente — a de palavras homónimas —, uma vez que pronuncia da mesma forma as duas palavras que têm em comum a grafia.
Basta termos como referência as definições do Dicionário Terminológico para que não tenhamos dúvidas de que são possíveis as duas classificações, tendo como referência as respetivas pronúncias: «Homonímia – Relação entre palavras que partilham a mesma grafia e são pronunciadas da mesma forma, mas que têm significados distintos. Ex.: canto (nome) e canto (verbo)»; «Homografia – Relação entre palavras que têm a mesma grafia, apesar de serem, normalmente, pronunciadas de forma distinta. Ex.: sede (vontade de beber) e sede (local)».