No contexto escolar e em muitas áreas de atividade em que é necessária a aplicação sistemática das normas, impõe-se o uso da vírgula em todos os casos apresentados. Esta prática tem vantagens didáticas, mas não é seguida universalmente, como bem confirmam os exemplos enviados, até porque é duvidoso que as chamadas orações consecutivas sejam verdadeiras orações adverbiais.
Por exemplo, na Gramática do Português (GP) da Fundação Calouste Gulbenkian (2013, pp. 2168-2173), os exemplos de orações consecutivas nunca apresentam vírgula antes da conjunção que (ou da preposição para em casos como «ele é muito pequeno para conseguir lá chegar»). Esta ausência da vírgula correlaciona-se com a classificação das chamadas orações consecutivas, que, na GP, são construções de grau como as dos comparativos adjetivais, as quais não exibem vírgula antes do segundo termo de comparação:
1 – «A Maria é mais alta do que a Rute.»
2 – «A Maria é tão alta que bate com a cabeça no teto.»
Concluindo, recomenda-se a vírgula antes das orações consecutivas, mas há quem não a use, e há bons argumentos para defender esta prática.