O verbo optar não costuma ser utilizado em construções passivas, porque pede não um complemento direto, mas sim um complemento oblíquo1, que não permite essas construções. Pelo mesmo motivo, não se associa geralmente a pronomes átonos, ou seja, com construções pronominais; assim, «optámo-lo» é uma construção estranha ou mesmo agramatical. Contudo, a construção com pronome reflexo é possível, sendo que o se em optou-se é a marca de sujeito indeterminado («alguém optou»).
1 Note-se que o verbo na maioria dos dicionários é classificado como transitivo indireto porque pede complemento oblíquo. No entanto, atestam-se usos do verbo optar enquanto verbo transitivo direto, isto é, seguido de complemento direto. Veja-se o seguinte exemplo retirado do dicionário Novo Aurélio: «Ante as condições desonrosas de paz, optaram a continuação da batalha.» Percebemos que o grupo «a continuação da batalha» é classificado como complemento direto do verbo optar e, por isso mesmo, substituível pelo pronome átono – «optaram-na». Este facto parece contrariar o que se afirma na resposta, mas o que se verifica é que estas construções com o complemento direto são extremamente raras e forçadas, atendendo ao atual uso do verbo, que é, sobretudo, transitivo indireto.