O que diz acontece geralmente com substantivos derivados de verbos que já tenham regência:
«Conversar com o primeiro-ministro» > «Conversa com o primeiro-ministro»
«Passar pelo Rio» > «Passagem pelo Rio»
Relativamente a implicar, trata-se de um verbo que não mostra aquilo que se chama tradicionalmente regência, isto é, não selecciona um complemento preposicional. Como o próprio consulente refere, implicar é um verbo transitivo directo, e substantivos derivados de tais verbos são seguidos de um complemento preposicional introduzido pela preposição de; este complemento corresponde ao complemento directo do verbo transitivo:
(1) «Esta decisão implica prejuízos.»
(2) «Esta decisão foi tomada com a implicação de prejuízos.»
Vemos que, em (1), o verbo significa «acarretar», e, em (2), o substantivo significa «acção de acarretar».